Carnaval antecipado na Guiné fica suspenso por uns dias após derrota na CAN

O Carnaval é a maior festa da Guiné-Bissau, mas a primeira participação numa prova internacional de futebol - na Taça das Nações Africanas (CAN, sigla francesa), torneio equivalente ao Europeu - está levar tantas ou mais pessoas para as ruas.

Dezenas de milhares juntaram-se hoje e no sábado, no primeiro jogo, num mar de gente e animação a perder de vista em redor de um ecrã gigante instalado nos terrenos entre a principal avenida da cidade e o Bairro da Ajuda.

Adilson, 36 anos, mais conhecido como DJ Apu, diz que depois desta derrota vai ser mais difícil ser o animador de serviço, no domingo, na jornada em que se decide quem passa aos quartos de final.

"Vai ser difícil, mas vou estar aqui. O futebol é assim: umas vezes perdemos, outras ganhamos", um lugar-comum que acaba por ser nada comum para estes adeptos porque os ‘djurtus’, cães selvagens, nunca tinham chegado tão longe.

Pelo que esta seleção já conseguiu, "há que agradecer a deus", disse à Lusa, Tânia Monteiro, jovem de 28 anos, no rescaldo do jogo, junto a um grupo de adeptas.

Para a história fica o golo do guineense Piqueti, que alimentou esperanças que caíram por terra na segunda parte - apesar de um belo chapéu de Idrissa ao guarda-redes dos Camarões, em que a bola foi sacudida por um defesa já em cima da linha de golo.

Nada de que se vá lembrar Célia Dias, por certo uma das apoiantes mais novas junto ao ecrã gigante, com apenas sete meses e ao colo da mãe, Binta Baldé, 23 anos.

"Não, não me arrependo de ter vindo para aqui com ela ao colo", disse.

No domingo até é capaz de repetir a dose porque tem uma "grande esperança" na "vitória da Guiné-Bissau" sobre o Burkina Faso, de maneira a chegar aos quartos-de-final.