Crónica: Hernâni deixa V. Guimarães com um pé na final da Taça de Portugal

O extremo foi a figura da partida ao materializar a supremacia inicial da equipa aos 10 minutos, num pontapé de ‘bicicleta’, e ao selar um resultado que deixa os vimaranenses mais perto da final de maio, no Estádio Nacional, num ‘chapéu’ bem executado, aos 77, numa fase em que aproveitou o adiantamento dos flavienses no terreno.

A formação de Ricardo Soares, apesar de partir com um mau resultado para a segunda mão, em casa, a 05 de abril, mostrou qualidade, principalmente na primeira parte e nos 10 minutos finais do jogo, e criou ocasiões de golo, mas encontrou pela frente um Miguel Silva inspirado.

A equipa anfitriã começou o jogo a circular a bola a toda a largura do relvado, perante um Chaves recuado, e traduziu a superioridade em golo aos 10 minutos, quando Hernâni, após passes de cabeça de Hurtado e de Celis, desferiu, em cima da pequena área, um pontapé de bicicleta que entrou junto ao ângulo superior esquerdo da baliza de António Filipe.

Forçada a reagir, a turma de Ricardo Soares aproximou-se da área minhota, com a bola a passar mais tempo nos pés dos médios construtores Pedro Tiba e Bressan, que aproveitou uma desconcentração momentânea da defesa contrária para se isolar, mas Miguel Silva, muito rápido a sair da baliza, impediu o empate, aos 18 minutos.

Dois minutos volvidos, Fábio Martins surgiu em posição similar à de Bressan, mas viu-se rodeado por muitos elementos vitorianos e caiu no interior da área, embora sem sofrer qualquer toque de um jogador vitoriano.

O Vitória respondeu aos 24 minutos num cruzamento de Hernâni que Sturgeon, jogador que se estreou a titular pelos vimaranenses, desviou para fora.

O lance mais polémico ocorreu pouco depois, aos 26 minutos, com Bruno Esteves a assinalar penálti para os transmontanos por alegada mão de Pedro Henrique e, depois, a voltar atrás na decisão, por indicação do assistente Valter Pereira, num jogo em que o vídeo-árbitro estava a ser testado ‘offline’.

A situação gerou algumas quezílias entre os jogadores, e a partida tornou-se mais confusa até ao intervalo, com os flavienses a ganharem ascendente graças a um futebol de passes curtos e a desperdiçarem mais uma ocasião, num cabeceamento de Perdigão, ao minuto 31.

As duas formações apareceram reorganizadas na etapa complementar e o ritmo ‘elétrico’ da primeira parte abrandou, com os vimaranenses a criarem a primeira situação de algum perigo, num cabeceamento de Sturgeon, aos 50 minutos.

Com o avançar do cronómetro, o Desportivo de Chaves, sem a mesma capacidade de desequilíbrio do primeiro tempo, expôs-se ao contra-ataque vitoriano, que se revelou letal aos 77 minutos, quando Hernâni, isolado pelo recém-entrado Tozé, fez a bola sobrevoar a António Filipe e bisou.

Com novo golo sofrido, o Chaves acordou e esteve perto de reequilibrar a eliminatória em mais três ocasiões: primeiro Miguel Silva evitou o golo com uma ‘mancha’ a Rafael Lopes, aos 81 minutos, depois Nuno André Coelho cabecear ao lado, aos 87, e, por fim, Zungu, já na compensação deu o corpo ao remate de Braga, para evitar o 2-1.