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Covid-19: Menos impostos sobre o jogo em Macau pode salvar salários e empregos

O especialista em direito do jogo Óscar Alberto Madureira defendeu hoje que menos impostos sobre os casinos em Macau é uma decisão governamental que pode salvar salários e empregos na indústria, afetada pela covid-19.

Covid-19: Menos impostos sobre o jogo em Macau pode salvar salários e empregos

O advogado salientou que os elevados custos, sobretudo ligados à mão-de-obra, e a crise de receitas deviam obrigar o Governo de Macau a assumir um papel mais interventivo e a analisar duas possibilidades: estender as licenças das atuais operadoras, o que só está previsto acontecer em dois anos, ou cobrar menos impostos, com efeitos mais imediatos.

A ideia foi defendida numa conferência ‘online’ organizada pela Fundação Rui Cunha, em Macau, dedicada a refletir sobre a indústria dos casinos pós-pandemia na capital mundial do jogo.

Na mesma conferência, o especialista em jogo Alidad Tash argumentou que este não é ainda o momento para se pensar em baixar impostos às operadoras de jogo ou estender as licenças na região administrativa especial chinesa, porque há uma questão geopolítica importante, a tensão EUA/China, e seria contraproducente a nível político e social recompensar empresas de capital norte-americano.

Contudo, o diretor executivo da 2NT8 referiu que os trabalhadores estrangeiros deverão ser a primeira ‘baixa’ do jogo em Macau, onde “os casinos estão a esvair-se em dinheiro” devido ao impacto do surto da covid-19.

O especialista defendeu que o Governo de Macau irá impedir que a crise resulte numa vaga de despedimentos de locais, mas que serão os executivos estrangeiros e os trabalhadores não residentes a sofrerem o custo real da crise.

Os casinos estão a sofrer perdas de 80 e 90%, salientou. Os executivos dos casinos, estrangeiros, vão enfrentar, na melhor das hipóteses, cortes nos salários, ou despedimentos, no pior dos cenários, sustentou. O mesmo irá acontecer com os trabalhadores não residentes, face à dimensão da crise, acrescentou.

Ainda assim, sublinhou que as operadoras em Macau vão recuperar mais rapidamente do que aquelas que exploram o jogo em outras partes do mundo, em especial Las Vegas, nos Estados Unidos.

Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que a economia de Macau deverá regredir 29,6% este ano, devido à pandemia da covid-19.

De acordo com o FMI, a economia de Macau, que em 2019 encolheu 4,7% e que este ano deverá recuar 29,6%, em 2021 terá um crescimento substancial de 32%.

Com uma economia altamente dependente do jogo, Macau viu as receitas do jogo caírem em março 79,7%, em relação a igual período de 2019, mês em que medidas para conter o surto da covid-19 praticamente encerraram as fronteiras da capital mundial dos casinos.

Os últimos dados oficiais indicam também uma descida de 60% nos três primeiros meses do ano, depois de em fevereiro se terem registado perdas históricas nas receitas do jogo num mês em que os casinos estiveram fechados durante 15 dias.

O montante global gerado de janeiro a março de 2020 foi de 30,48 mil milhões de patacas (3,47 mil milhões de euros), menos 45,66 mil milhões de patacas (5,19 mil milhões de euros) do registado nos três primeiros meses de 2019.

Os casinos de Macau fecharam 2019 com receitas de 292,46 mil milhões de patacas (cerca de 32,43 mil milhões de euros).

Macau, que identificou 45 infetados desde o início do surto do novo coronavírus, não regista novos casos há quase uma semana.

Após uma primeira vaga de dez casos em fevereiro, o território esteve 40 dias sem identificar qualquer infeção. Contudo, a partir de meados de março foram identificadas mais 35 pessoas infetadas, todos casos importados. Do total de infetados, 15 já receberam alta hospitalar.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade no centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (26.033) e mais casos de infeção confirmados (609.240 mil).

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