Mundial 2010: Portugal cada vez mais longe do sonho

Sábado, no Estádio do Dragão frente à Suécia, a equipa das quinas voltou a dominar, criou oportunidades e voltou a queixar-se de penáltis não assinalados a seu favor, mas em termos práticos completou o terceiro jogo em “branco”, depois de igual nulo na visita aos nórdicos e em casa com a Albânia.

Golos precisam-se, mas a verdade é que a equipa tarda em acertar na baliza contrária e, com isso, são já nove os pontos perdidos em apenas cinco jogos.

Portugal conquistou apenas seis pontos em cinco jogos, os mesmos da Suécia, que tem menos uma partida, e está já a quatro das líderes Dinamarca (quatro jogos) e Hungria (cinco), que totalizam 10.

O mais preocupante de tudo é que a espiral negativa não parece ter condições para ser travada e as palavras de confiança da generalidade do grupo de trabalho parecem já mais um discurso politicamente correcto do que verdadeira crença no apuramento.

Apesar de o seleccionador e a maioria dos futebolistas manterem um discurso imutável perante uma situação que dificilmente poderia ser mais complicada, a verdade é que já há vozes no seio do grupo a admitir o evidente.

“[O afastamento do Campeonato do Mundo] Começa a ser um cenário”, reconheceu Tiago no final do desafio, enquanto Deco admitiu que, dependente de terceiros, Portugal devia começar a pensar já no “play-off”, pois os oito segundos melhores classificados dos nove grupos têm essa derradeira hipótese de qualificação.

Múltiplas lesões em jogadores influentes também não têm ajudado Carlos Queiroz a estabilizar um “onze” - em cinco jogos oficiais, são já 25 os futebolistas escalados pelo seleccionador.

Sábado, o guarda-redes Eduardo, o lateral esquerdo adaptado Duda e o central Rolando inscreveram também o seu nome pela primeira vez nesta campanha.

Apesar de todas as experiências, a equipa das Quintas continua com um problema bem central, pois tarda em encontrar uma solução de confiança na baliza, um trinco que definitivamente não deixe dúvidas e um verdadeiro “matador” no eixo do ataque.

Portugal vai disputar ainda 15 pontos e pode terminar o apuramento com 21, mas esse sonho parece cada vez mais isso mesmo, uma ilusão.

Terça-feira, no particular frente à África do Sul, em Lausana, Suíça, ver-se-á qual o impacto que a decepcionante campanha está a ter nos futebolistas.