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Mundial-2022: Hugo Almeida lembra «final antecipada» na 'queda' em 2010

A seleção portuguesa ‘tombou’ no Mundial 2010 por culpa do primeiro e único golo sofrido em quatro partidas, numa “final antecipada” com a futura campeã Espanha, nos oitavos de final, frisa o ex-futebolista internacional Hugo Almeida.

Mundial-2022: Hugo Almeida lembra «final antecipada» na 'queda' em 2010

“Sabíamos que podia sair um finalista daquele jogo e assim foi. Saiu um finalista e logo o vencedor daquele campeonato do Mundo. Iria ser uma final antecipada, mas tínhamos o sentimento de que estávamos ‘super’ bem e seria possível conquistar a prova. Ali só estão as melhores seleções e, ainda por cima, batemo-nos logo com um candidato. Eles foram melhores, porque conseguiram fazer o golo e acabámos eliminados”, lembrou à agência Lusa o ex-avançado, que somou 57 internacionalizações e 19 golos, entre 2004 e 2015.

Um tento solitário de David Villa na segunda parte resolveu a ‘cimeira’ ibérica na Cidade do Cabo (0-1), desfazendo 333 minutos de resistência nacional em território sul-africano, onde a equipa das ‘quinas’ cumpria a quinta presença, e terceira consecutiva, na prova.

“A Espanha tinha muita posse, paciência e qualidade com a bola nos pés. Sabíamos que seria uma partida difícil e muito tática. Estávamos muito predispostos para correr e andar atrás dos espanhóis, sendo que muitos pertenciam àquele FC Barcelona que vencia toda a gente. O meio-campo era muito forte e difícil de parar, mas conseguimos que as coisas nos corressem bem. Infelizmente, sofremos um golo quase a acabar”, lamentou.

Hugo Almeida, então com 26 anos, cumpria a segunda titularidade no Mundial2010, mas foi rendido por Danny, aos 58, cinco minutos antes de Villa oferecer o triunfo à ‘roja’, cujo inédito cetro seria logrado numa final com os Países Baixos (1-0, após prolongamento), para eternizar uma ‘geração de ouro’ igualmente coroada nos Europeus de 2008 e 2012.

“Não é questão de perceber ou deixar de perceber, mas temos de acatar as decisões do treinador. Os jogadores querem sempre dar o seu melhor nos 90 minutos. Aquilo que me pediram foi tentar ao máximo fazer com que os defesas centrais Carles Puyol e Gerard Piqué não conseguissem sair na primeira fase de construção, porque eram jogadores de muita qualidade com bola e era aí que começava o perigo da Espanha”, contextualizou.

Instado a justificar essa opção estratégia no final do jogo, o selecionador Carlos Queiroz explicou que o então ponta de lança dos alemães do Werder Bremen “estava esgotado” perante o plano luso de “desgastar a defesa” contrária para “apostar em armas rápidas”.

“Enquanto estive lá dentro, acho que consegui fazê-lo. Depois, são opções do treinador, que vê coisas que os jogadores não veem. Hoje sei dar valor a isso, até porque estou do outro lado, mas não tenho nada a dizer sobre a minha saída. Foi uma opção técnica. Se fiquei contente? Não fiquei, mas a vida segue e é o que é”, acrescentou o atual treinador-adjunto do luso José Morais no Sepahan, quarto colocado do principal escalão iraniana.

Portugal chegou aos ‘oitavos’ como vice-líder do Grupo G, com cinco pontos, resultantes de ‘nulos’ com Costa do Marfim e Brasil, intercalados pelo êxito nacional mais volumoso de sempre em fases finais perante a Coreia do Norte (7-0), também na Cidade do Cabo.

“Foi um jogo como todos os outros. Sabemos que estão presentes grandes seleções no Mundial, pelo que partimos do princípio de que vamos sempre concentrados da mesma maneira para os jogos. Tudo nos correu bem, inclusive para mim, que consegui fazer um golo numa competição tão especial. Portugal está habituado a adversários europeus e nem sempre é fácil defrontar equipas africanas ou asiáticas. Estávamos ‘super’ felizes no final, porque não era um agrupamento fácil, mas íamos fazer tudo para passar”, admitiu.

Aos 56 minutos, Hugo Almeida surgiu sem oposição na pequena área para corresponder de cabeça ao centro de Fábio Coentrão e anotar o 3-0, abrilhantando a estreia em fases finais, num trajeto que atravessou ainda o Mundial2014 e os Europeus de 2008 e 2012.

“Foi uma experiência única e que nunca se esquece, ainda para mais tendo sido o meu primeiro Mundial. Era um orgulho enorme representar o meu país e as pessoas que me rodeavam. Chegar ao Mundial é a ‘cereja no topo do bolo’ para qualquer futebolista. Nem todos são afortunados por alcançarem essa vivência. É uma alegria enorme”, enalteceu.

Sob um ‘coro’ de vuvuzelas, Portugal sofreu algumas altercações entre atletas e equipa técnica e esteve três jogos em ‘branco’ para deixar o primeiro e único Mundial decorrido em África com o terceiro melhor resultado, que viria a ser igualado em 2018, na Rússia.

“Como estávamos numa ‘bolha’ [durante o estágio], não sabíamos o que se passava cá fora. Ainda assim, foi algo fantástico, sobretudo numa realidade completamente diferente da nossa. Vi muita pobreza e gente a passar por dificuldades das quais não temos muita noção. Uma coisa é ver isso em televisões e nas notícias, outra é vivenciar. Sem dúvida, foi uma experiência muito enriquecedora e relevante para mim”, concluiu Hugo Almeida.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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