Paulo Bento: «Quero felicitar o Brasil porque foi melhor»

“A nossa participação no Campeonato do Mundo acabou hoje, de uma forma justa. Quero felicitar o Brasil, porque foi melhor.

Dentro do que era a nossa estratégia, de tentar ter algum controlo do jogo e não deixar o jogo ir para um ritmo demasiado elevado, fruto das condicionantes que tínhamos em termos de preparação, não o conseguimos.

O que fizemos neste Mundial foi motivo para me deixar orgulhoso, assim como todo o processo de quatro anos em que trabalhei com estes jogadores. Agora, é pensar no futuro, que não passará pela seleção da Coreia. Vou descansar e depois logo verei o que farei. Acabei de o comunicar aos jogadores, ao presidente, é uma decisão que tinha tomado desde setembro. Hoje acabei apenas por confirmá-la e agradecer tudo o que fizeram e tudo o que deram. Não poderia estar mais orgulhoso de os ter treinado.

Estou triste pelo resultado, mas muito orgulhoso do que estes rapazes fizeram nestes quatro anos. Se não foi o melhor grupo com que trabalhei, foi um dos melhores certamente.

O que fizemos durante a fase de grupos [do Mundial] foi muito bom em termos de qualidade de jogo. Apurámo-nos para os oitavos de final pela terceira vez na história do futebol sul-coreano. Teria sido justo fazermos mais pontos no grupo, sobretudo pelo que fizemos no jogo contra o Gana [derrota por 3-2]. A nossa participação foi digna, o que me deixa orgulhoso.

Não entrámos mal na primeira parte, dentro da estratégia que tínhamos, de não irmos pressionar o Brasil tão alto, pela qualidade técnica que têm e pela forma como saem das zonas de pressão. Depois, ofensivamente, queríamos ir à procura do espaço que o Brasil poderia deixar, já que os centrais jogam homem a homem.

O primeiro golo surge com alguma infelicidade à mistura e, depois, vem o penálti. Os dois lances acabam com o jogo. Do ponto de vista anímico também nos deixaram algo debilitados.

Até ao quarto golo, cada vez que o Brasil chegou a nossa baliza fez golo. Ao intervalo, mudámos algumas coisas, mas não nos deixemos enganar. O facto de o Brasil ter o jogo ganho e controlado, também nos permitiu jogar de outra forma na segunda parte. É um resultado justo”.