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Lágrimas, gritos e onda vermelha em Maputo no regresso dos 'mambas' à CAN-2023

O golo tardio de Clésio levou este sábado ao êxtase os 45.000 adeptos que lotaram o Estádio Nacional do Zimpeto, em Maputo, por marcar o regresso de Moçambique à Taça das Nações Africanas, 13 anos depois.

Lágrimas, gritos e onda vermelha em Maputo no regresso dos 'mambas' à CAN-2023
Africa Cup Nations

“É muita emoção. Vocês não têm ideia da alegria que me dá”, disse à Lusa o moçambicano Lino Alfredo, no meio de uma multidão que cantava e dançava à porta do Estadio Nacional do Zimpeto, marcado pelo vermelho da equipas dos ‘mambas’.

Clésio marcou, aos 90+4 minutos, o golo da vitória moçambicana frente ao Benim, por 3-2, em jogo da sexta e última jornada do Grupo L de qualificação para a CAN2023, num encontro em que os comandados de Chiquinho Conde necessitavam apenas de um empate.

Com o estádio a abarrotar, a seleção moçambicana entrou desconcentrada na partida, consentindo o primeiro golo do Benim, a Steve Mounie, aos 20 minutos, na conversão de uma grande penalidade, silenciando os presentes.

Witi, seis minutos depois, e o estreante Guima, aos 30, devolveram a alegria aos adeptos que tomaram o principal estádio de futebol em Moçambique, num dia em que nem o Presidente da República faltou ao futebol.

“Quando Witi empatou já estava claro que estávamos classificados, embora ainda houvesse muito tempo para jogar”, contou Cassilda Manhicane, já quase com voz rouca, minutos após o apito final.

Com algum nervosismo, Moçambique voltou a entrar para segunda parte a defender e consentiu, ao minuto 50, um golo a Dossou, que rematou colocado de fora da área sem hipóteses para o guarda-redes moçambicano Hernâni.

O empate chegava para a quinta presença moçambicana numa fase final de uma CAN, mas o ambiente era de tensão, dentro e fora de campo, até Clésio, a passe do avançado do Sporting Geny Catamo, pôr termo neste impasse, já em tempo de descontos, autorizando a festa.

Nas bancadas, a ‘obra-prima’ de Clésio e Geny levou lágrimas aos a dezenas de adeptos, que temiam pelos ‘fantasmas’ de jogos anteriores, em que Moçambique acabou por perder por desconcentrações nos últimos minutos.

No relvado, o selecionador moçambicano Chiquinho Conde - avançado que jogou em vários clubes portugueses – também não conteve as lágrimas de alegria.

“As emoções são enormes (…) Este estádio só ficou cheio deste jeito quando o papa Francisco esteve aqui. Ainda temos muito quilómetros para percorrer, mas a base já está aqui e foi bem feita”, afirmou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

Com este triunfo, Moçambique confirmou o segundo lugar do Grupo L de apuramento, com 10 pontos, menos três do que o líder Senegal, com cinco pontos de vantagem sobre o Benim.

Selado o apuramento, o quinto da história de Moçambique, seguiu-se a euforia dos 45.000 adeptos fora do estádio.

Moçambique regressa a uma fase final 13 anos depois da última presença, em 2010, juntando-se às já apuradas Guiné-Bissau e Cabo Verde, que asseguraram as quartas presenças, e Angola, que vai somar nove.

A Taça das Nações Africanas de futebol de 2023 (CAN2023) foi adiada devido às inundações ocorridas na Costa do Marfim, que vai acolher a 34.ª edição da competição entre 13 de janeiro e 11 de fevereiro de 2024.

A seleção moçambicana de futebol atravessava um período marcado por maus resultados, tendo sido afastada da fase africana de apuramento para o Mundial2022 e também falhado o apuramento para a CAN2021.

Nos últimos seis anos, Moçambique afastou três treinadores do comando técnico da seleção, dois dos quais portugueses, na sequência dos maus resultados que tem acumulado.

Desde outubro do 2021, a seleção moçambicana é treinada por Chiquinho Conde, antigo jogador internacional moçambicano que atuou em Portugal em diversos clubes, como Sporting, Vitória de Setúbal, Belenenses ou Sporting de Braga.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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