Após anos a pairar como uma sombra sobre a Luz, o controverso 'Caso Vouchers', que envolvia o Benfica, foi recentemente arquivado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Esta decisão, validada esta semana pela UEFA, reabre o debate sobre os danos reputacionais sofridos pelos encarnados ao longo dos anos, alimentados por alegações de corrupção relacionadas com o famoso 'Kit Eusébio'.
A oferta, constituída por lembranças oferecidas aos árbitros pelo Benfica, foi o epicentro de uma polémica que se prolongou durante anos e que assolou os adeptos benfiquistas.
O ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, desempenhou um papel central ao divulgar o seu conteúdo, lançando suspeitas de influência indevida por parte dos 'encarnados' nas arbitragens.
Leonor Pinhão, conhecida sócia das águias, expressou, em declarações na Benfica TV, reproduzidas pelo jornal 'Bancada.pt', o seu descontentamento pelo tempo que a justiça nacional levou para arquivar o caso, considerando-o um 'truque' do ex-presidente leonino, agora DJ e cantor, Bruno de Carvalho.
"Oito anos depois de este sujeito, que conseguiu ser presidente do Sporting durante quatro anos e agora se dedica à vida artística", começou por dizer.
"Foi um truque de um ex-presidente do Sporting. E eu pergunto: o Benfica vai agora pedir uma indemnização a quem?"
"Ao Bruno de Carvalho? Ao Zezé Camarinha não me parece justo? Ao Sporting? Aos jornais?", questionou Leonor Pinhão.
Pinhão lamenta ainda que o Benfica tenha sido alvo de 'danos morais enormes' ao longo dos oito anos em que o caso esteve em destaque nos meios de comunicação social.
"Como é que pode o Benfica - que esteve oito anos a ser achincalhado, insultado e menorizado na praça pública e nos jornais e telejornais - ser ressarcido dos danos causados por este truque?"
"Danos morais, provocando uma festa enorme em tudo o que é comunicação social, o que é normal, porque deu para manchetes, aberturas de telejornais, diretos, indiretos isto durante meses, meses, meses e meses", acrescentou a sócia encarnada, ao canal oficial do clube.
Leonor Pinhão argumentou também que o clube da Luz, presidido por Rui Costa, deve agir de forma ativa para proteger a sua imagem e procurar justiça pelos danos causados.
"Eu não tenho dúvidas de que tudo o que se passou a seguir a esta pequena palhaçadita condicionou as arbitragens, os árbitros, os fiscais de linha, os jornais, os jornalistas", observou a sócia.
"Como benfiquista gostava que o meu clube reagisse a isto de maneira ativa, exigindo a reparação a que tem direito", rematou Pinhão.