"Os benfiquistas vivem numa ilusão e, neste momento, não há nenhum treinador que os satisfaça"

"O Benfica não pode ser gerido pelas bancadas e qualquer treinador que viesse ia ter grandes dificuldades", observou antigo candidato à presidência dos encarnados.

Para os benfiquistas, a época 2023/24 representou uma jornada de expectativas frustradas, com a equipa encarnada a falhar todos os objetivos de destaque, desde a conquista do título nacional até ao avanço para a fase a eliminar da Liga dos Campeões e à glória na Taça de Portugal.

Roger Schmidt, o técnico alemão encarregue da orientação das águias, encontra-se agora no epicentro de uma tempestade de críticas, não apenas pelo fracasso nos resultados desportivos, mas também pela sua gestão e comunicação.

O período de popularidade do treinador junto dos adeptos parece agora uma reminiscência distante, com o 'Tribunal da Luz' a exigir a sua demissão no final da temporada.

Contudo, entre a família benfiquista, há quem defenda a continuidade de Schmidt, nem que seja para Rui Costa, líder máximo das águias, se 'afirmar como um presidente forte e que sabe o que quer para o clube', quem o diz é Bruno Costa Carvalho, antigo candidato à presidência dos encarnados.

"O Benfica não pode ser uma fogueira de treinadores"

Em declarações ao jornal 'Record', Bruno Costa Carvalho argumenta que a decisão quanto ao futuro de Schmidt será a maior decisão do mandato Rui Costa, líder encarnado que foi alvo de algumas criticas por parte do sócio das águias, uma vez que segundo o antigo candidato ao poder máximo do clube, observa que o técnico alemão foi deixado ao abandono pela estrutura.

"Manter ou não manter Schmidt: vai ser a maior decisão do mandato Rui Costa. Ao longo da época, Schmidt foi deixado muito sozinho, principalmente nos momentos mais difíceis. Não foi protegido pela estrutura", começou por criticar.

"Rui Costa veio uma ou outra vez defender o treinador mas sempre já a destempo e depois de o mal já estar feito. No momento certo, nunca se sentiu apoio ao treinador. E depois vê-se este mal-estar nas bancadas face ao treinador", acrescentou.

Face ao escalar das criticas a Schmidt, Bruno Costa Carvalho enfatiza que, nesta altura, qualquer treinador que viesse para o Benfica não seria suficiente para agradar os adeptos benfiquistas que, segundo o conhecido sócio, 'vivem numa ilusão'.

"Neste momento, os benfiquistas vivem numa ilusão, em que pensam que o Benfica é o Real Madrid e tem de ganhar os jogos todos e ser campeão europeu. Acredito que não há nenhum treinador que satisfaça os benfiquistas neste momento", observou.

"O Benfica não pode ser gerido pelas bancadas e qualquer treinador que viesse para o Benfica ia ter grandes dificuldades", frisou Bruno Costa Carvalho.

Antevendo uma decisão complicada a tomar por Rui Costa, Bruno Costa Carvalho destaca que a continuidade de Schmidt na Luz poderá ser uma forma do presidente do emblema lisboeta mostrar aos adeptos que sabe o que quer para o futuro do clube, salientando que 'o Benfica não pode ser uma fogueira de treinadores'.

"A decisão vai ser difícil, mas a permanência seria o mais indicado para que Rui Costa se afirme como um presidente forte e que sabe o que quer para o clube. O Benfica não pode ser uma fogueira de treinadores. Schmidt fez coisas ao longo do ano que irritaram os adeptos, também a mim me irritou e vi algumas situações como incompreensíveis", acrescentou.

"Mas também foi muito deixado sozinho. Como estão as coisas, a decisão mais acertada de Rui passaria pela continuação do treinador que tem estes desabafos porque o ambiente contra ele tem sido bastante desagradável", rematou.

É importante recordar o percurso de Schmidt à frente do Benfica. Em 110 partidas, o técnico alemão conquistou 78 vitórias, empatou 18 vezes e sofreu 14 derrotas.

Nas duas épocas no comando técnico das águias, Schmidt conquistou uma Liga Portuguesa (2022/2023) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (2023/2024).

À medida que a época chega ao fim, o Benfica enfrenta agora um período de reflexão e decisões importantes. O futuro do clube depende não apenas da performance desportiva, mas também da capacidade de gestão e liderança para enfrentar os desafios vindouros.