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«Godinho Lopes e a direção conheciam os contratos», Pereira Cristóvão

Paulo Pereira Cristóvão revelou hoje que Godinho Lopes e restantes colegas da direção do Sporting conheciam os contratos assinados com as empresas Busilong e Wrigth-Expert, que teriam canalizado parte dos pagamentos feitos pelo clube para as contas daquele ex-vice-presidente.

«Godinho Lopes e a direção conheciam os contratos», Pereira Cristóvão

“Com certeza que eles [Godinho Lopes e colegas da direção] tinham conhecimento dos contratos”, exclamou Paulo Cristóvão, em entrevista à TVI, ao mesmo tempo que negou a existência de qualquer irregularidade por si cometida e a acusação de ter recebido, direta ou indiretamente, dinheiro do Sporting

De acordo com Pereira Cristóvão, os dirigentes do clube “tinham conhecimento não só dos contratos em causa de prestação de serviços, como do objeto dos mesmos, dos valores envolvidos e de tudo”, ao invés do que tem sido noticiado na imprensa, bem como da “avença paga a Vítor Viegas”, que dirigia a empresa Busilong, alegadamente como seu “testa de ferro”, empresa que estaria encarregue da vigilância de atletas do clube.

De resto, Paulo Cristóvão garantiu “ter a solidariedade e o apoio” de Godinho Lopes e dos ex-colegas de direção, negando que estes o tenham abandonado ou denunciado, como tem sido noticiado na comunicação social.

Confrontado com a atuação da Busilong, acusada de espiar jogadores do Sporting, Paulo Cristóvão falou de “proteção ativa”, no âmbito do elevado investimento feito pelo clube, que investiu 42 milhões de euros na compra de passes de jogadores.

Paulo Cristóvão referiu “não se tratar de qualquer perseguição” aos jogadores, mas sim de “acautelar os ativos” do clube, no sentido dos jogadores terem “uma boa integração”, saberem “quais as melhores escolas para os filhos, os melhores restaurantes, os sítios onde devem sair à noite”.

O antigo dirigente desvalorizou as recentes declarações do ex-vice presidente Carlos Barbosa, segundo as quais teria assinado os contratos com as referidas empresas “de cruz”, sem os ler.

“Carlos Barbosa assinou de cruz como eu assinei de cruz 20 ou 30 contratos da área comercial. Assinámos por solidariedade”, disse Cristóvão, reiterando que o contrato com a Busilong “era do conhecimento de Godinho Lopes”, até porque no Sporting “um vice-presidente só responde perante o seu superior hierárquico, que é o presidente”.

Paulo Pereira Cristóvão disse que “é completamente falso” que tenha espiado o guarda-redes Rui Patrício, afirmando que foi o jornal Correio da Manhã que mandou um “paparazzi” tirar-lhe fotos.

Paulo Cristóvão refugiou-se “no segredo de justiça” e na sua determinação em “não violar a lei”, quando questionado sobre as suas ligações aos elementos que dirigem as empresas Busilong, Wrigth-Expert, dirigidas por Vítor Viegas, que foi seu superior hierárquico na Polícia Judiciária (PJ), e Rui Martins, seu subordinado na empresa Primus-Lex e que é acusado de ter depositado o cheque de 2.000 euros na conta do árbitro assistente José Cardinal.

“Em momento algum desviei o que quer que fosse a meu favor ou de terceiros e não cometi quaisquer irregularidades ao serviço do Sporting”, disse Paulo Cristóvão, como “declaração de princípios”.

Confrontado com as acusações de peculato, burla qualificada e branqueamento de capitais que sobre ele impendem, Paulo Pereira Cristóvão lembrou que “indícios não são provas”.

Convidado a explicar o depósito feito pelo seu funcionário Rui Martins na conta bancária de José Cardinal, no Funchal, escudou-se numa conversa que manteve com o Juiz de instrução do processo, a Procuradora do Ministério Público e o seu advogado.

Paulo Cristóvão revelou, também, que o Sporting inicialmente se predispôs a pagar os honorários do advogado Rogério Alves, mas que os desenvolvimentos posteriores o levaram a negar tal possibilidade.

“Quando o leque se abriu e fui sendo acusado de uma panóplia de crimes, não quis que o Sporting pagasse o advogado e assumi eu essa responsabilidade. Dure o tempo que durar, vou provar a minha inocência”, garantiu, afirmando estar a ser alvo de um “assassinato de caráter”.

Pereira Cristóvão lembrou que participou ativamente, enquanto inspetor da PJ, na investigação de um caso de branqueamento de capitais que envolvia dois conhecidos dirigentes do futebol nacional e que há um grande clube português ao qual a UEFA não permite abrir as portas por não ter as cadeiras do estádio em conformidade com as exigências daquele organismo.

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