Equipa exclusivamente açoriana é a única só com vitórias em todos os jogos

O clube, sedeado na cidade da Praia da Vitória, na ilha Terceira, tem 11 vitórias em 11 jogos, sem nenhum empate ou derrota, estando com sete pontos de vantagem sobre o segundo classificado e 15 do terceiro.

Tiago Ormonde, presidente do clube, considera que é cedo para pensar na subida à II divisão, apesar de ter consciência de que, estando em primeiro lugar, há uma possibilidade de isso acontecer.

“Sabemos que ainda falta muito campeonato, ainda estamos a meio da época. Há equipas também fortes e não vamos ainda começar a pensar nisso”, frisou, em declarações à agência Lusa, salientando que o clube não quer “entrar em euforias”.

O presidente do Praiense confessou que o clube está acima daquilo que esperava para esta altura do campeonato, mas salientou que os resultados são fruto de “trabalho, competência e dedicação”.

“Quando começámos a preparar a época tínhamos consciência que existiam outras equipas muito fortes nesta série Açores, que estavam muito mais organizadas e preparadas, porque já tinham um projeto sólido de alguns anos a esta parte, portanto nós éramos, se calhar, o quarto ou quinto clube que podia concorrer pelo primeiro lugar”, frisou.

Em 65 anos de história, o Praiense já subiu duas vezes à II divisão, entre 1994 e 1996 e 2008 e 2011, sendo a maior vitória do clube a conquista do campeonato nacional da III divisão série Açores em 2008.

Tiago Ormonde admitiu que gostaria de voltar a dar esta “projeção” ao clube, mas disse ter noção da conjuntura atual, salientando que vai “aguardar com expectativa” pelos apoios do Governo Regional, caso o Praiense suba de divisão.

“O clube fará uma equipa dentro das suas possibilidades e dos seus limites orçamentais. Não vamos pôr a sobrevivência do clube em causa por ser a II divisão nacional”, assegurou.

Para o dirigente, as sucessivas vitórias do Praiense justificam-se com a organização do clube e com a qualidade dos jovens jogadores, alguns desconhecidos, e da equipa técnica, “que soube explorar as potencialidades deles”.

O plantel é constituído exclusivamente por açorianos, a maioria da ilha Terceira, sendo que 80 por cento tiveram formação no Praiense e metade durante mais de quatro anos.

Também o treinador, Manuel da Costa, conhecido por Xalana, é natural da ilha Terceira e foi jogador do Praiense dos 11 aos 35 anos, contando já no currículo de treinador com um primeiro lugar no campeonato de juniores da equipa.

“Quando se constrói um grupo coeso em termos institucionais e em termos de equipa de futebol, os resultados têm aparecido naturalmente”, salientou Tiago Ormonde.

Para o empenho dos jogadores tem contribuído também, segundo o presidente do Praiense, o envolvimento dos sócios, que “se transmite para dentro de campo e tem sido determinante para que a equipa tenha esta prestação”.

A sede do Praiense ganhou igualmente vida, com convívios e festas, o que tem contribuído para a angariação de fundos “para sustentar a equipa sénior e a formação, que está a ser reconstruída agora”.

“Queremos construir novos atletas que se sintam identificados com o clube e que sintam esta camisola de uma forma muito especial”, frisou Tiago Ormonde, revelando que o clube tem também duas equipas de escolinhas, uma de juniores e outra de juvenis.