Liga Zon Sagres: Rasgo individual de Markovic evita derrota do Benfica

O sérvio, lançado em campo no período de compensações para o intervalo, não por opção tática, mas por força da lesão de Sálvio, salvou o treinador encarnado de uma derrota comprometedora, numa jogada individual, aos 65 minutos, em que pegou na bola fora da área, driblou vários adversários e fez o golo à saída de Rui Patrício.

O talento de Markovic tão pouco é beliscado por uma certa ingenuidade dos médios e defesas leoninos, visto que o jogador sérvio deveria ter sido parado fora da área, tanto mais que este já tinha ensaiado uma jogada muito parecida, aos 49 minutos, que só não deu golo, porque Rui Patrício defendeu o primeiro remate do sérvio e ofereceu o corpo à recarga de Rodrigo.

De resto, o golo do sérvio culminou um período de reação do Benfica na segunda parte, já com Cardozo em campo a fazer dupla com Lima, no qual a equipa subiu finalmente as linhas, passou a ser mais pressionante, mais rápida com e sem bola, encostando os “leões” atrás.

Leonardo Jardim percebeu o perigo e necessidade de dar maior cobertura no meio-campo, sacrificou Wilson Eduardo para a entrada de Eric Dier, derivando Rojo para lateral esquerdo e subindo Jefferson para médio do mesmo lado.

Todavia, o Benfica fez o golo do empate quatro minutos após esta alteração, trocando as voltas ao treinador leonino, o que não invalidou que o Sporting tivesse readquirido o comando da partida nos últimos vinte minutos, em busca do golo da vitória.

Os leões controlaram o jogo durante toda a primeira parte, ao ganharem a batalha do meio-campo, perante um Benfica amorfo, inseguro e passivo em termos de pressão e recuperação da bola.

A diferença residiu, sobretudo, em termos de atitude, os jogadores do Sporting começaram cedo a ganhar os duelos individuais, mais rápidos, confiantes e determinados a atacar a bola, o que permitiu à equipa de Leonardo Jardim claríssimo ascendente durante toda a primeira parte.

De resto, o golo de Montero, aos dez minutos, foi já fruto da forma como o Sporting abordou o jogo, muito mais determinado em assumir a iniciativa de jogo, subir as linhas e atacar o último reduto encarnado.

Esse golo serviu, naturalmente, para reforçar a confiança de uma equipa que estava na mó de cima, a dominar as operações a meio-campo e mais incisiva a sair para os movimentos ofensivos, explorando, sobretudo, os corredores, com a participação ativa dos laterais Cédric e Jefferson.

O Benfica era uma equipa pouco agressiva a defender e lenta a sair para as transições ofensivas quando recuperava a bola, a tal ponto que o Sporting transmitia a ideia de ter um coletivo mais entrosado do que o Benfica, cuja base de jogadores e o treinador se manteve da época anterior, ao contrário do seu rival.

É verdade que o Benfica desfrutou de uma grande oportunidade de golo, aos 33 minutos, quando Cortez foi à linha cruzar, William Carvalho falhou a interceção e Sálvio, após um movimento diagonal, falhou a finalização à entrada da pequena área.

No entanto, essa jogada foi uma exceção na fraca produtividade atacante da equipa de Jorge Jesus, que foi confrontado com duas contrariedades à beira do intervalo, as lesões de Enzo Perez e Sálvio, mas é caso para dizer que há males que vêm por bem. A lesão do segundo é que propiciou a entrada mais cedo de Markovic, que viria a ser decisivo para evitar uma derrota que o Benfica esteve muito perto de sofrer em Alvalade.