Bloco de Notas: A responsabilidade social no futebol

Por muito que gostemos do futebol no seu estado mais puro, todos sabemos que a vertente financeira da modalidade tem um peso importante. É inegável que muitas das vezes, para além dos resultados desportivos, o mais importante é o encaixe financeiro. É legítimo que assim seja e, como qualquer empresa que se preze, clubes e seleções têm de ser economicamente saudáveis para terem sucesso e mesmo, nalguns casos, para sobreviverem.

Contudo, quando olhamos à nossa volta e vemos o papel que o futebol tem na sociedade apercebemo-nos que pouco é feito para a construção de um ambiente social mais justo e equilibrado.

É de facto importante que as organizações futebolísticas se comportem como qualquer empresa e que devolvam à sociedade tudo aquilo que esta lhes dá. No caso do futebol estamos a falar de um grande apoio por parte da sociedade. Infelizmente, nem sempre se verifica uma contribuição social por parte dos protagonistas futebolísticos. Muito deve e pode ser feito para que o futebol se envolva em projetos sociais que de facto possam fazer a diferença no dia-a-dia das pessoas.

E não quero parecer injusto, já que é verdade que se vislumbram muitas atividades sociais por parte de certos agentes futebolísticos. Principalmente por parte de jogadores, que se envolvem em projetos sociais importantes. No entanto, essas iniciativas são quase sempre feitas de forma individual. Seria importante que o 'planeta futebol' se unisse em torno de objetivos comuns. Não basta participar em ações esporádicas como, por exemplo, ir aos hospitais visitar doentes ou ser solidário com certas pessoas ou instituições.

O que fez o Sp. Braga com o já tão famigerado 'banho gelado' é importante, até pelo desafio que lançou aos três principais clubes portugueses (Benfica, Sporting e FC Porto), mas mais deve ser feito e, sobretudo, deve ser realizado por iniciativa própria e não porque alguém se lembrou de desafiar este clube ou aquele jogador.

O futebol tem um peso enorme na sociedade e deve usar esse mesmo peso para fazer a diferença. É importante os clubes perceberem finalmente que, antes de formarem um atleta, têm de formar um cidadão. É necessário um maior envolvimento com a comunidade, com as escolas, através de atividades que valorizem a cultura e o desporto.

Ser responsável a nível social é um desafio enorme, mas também pode trazer um excelente retorno a quem se quer envolver de forma genuína com a sociedade que o rodeia. É frequente dizer-se que um sorriso é uma das melhores recompensas que se pode ter. Vamos lá pôr este mundo a sorrir!

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.