Final de Outubro. Antes de jogar a nona jornada da Bundesliga, o Borussia Dortmund ocupa um paupérrimo 14.º lugar, apenas dois pontos acima da zona de despromoção. Jurgen Klopp já terá colocado o seu lugar à disposição, mas os responsáveis do clube germânico não corresponderam. Afinal, o que se passa no Signal Iduna Park?
Oito partidas: duas vitórias, um empate e CINCO derrotas. O início do Dortmund na Bundesliga 2014-15 tem sido absolutamente atípico. Em paralelo, tudo parece correr de feição ao Bayern Munique, que caminha sem oposição para o tricampeonato. O Dortmund deixou de ser um adversário à altura de um momento para o outro e não parecem existir explicações óbvias que sustentem esta mudança de paradigma.
Jurgen Klopp gastou mais de 50 milhões de euros em contratações no último defeso. É certo que perdeu Robert Lewandowski para o rival Bayern Munique, ainda por cima a custo zero, mas reforçou todas as posições com atletas de qualidade.
Desde logo regressou Shinji Kagawa. O médio japonês falhou uma experiência ao serviço do Manchester United e voltou para o Dortmund, onde compreende e é entendido por Jurgen Klopp. Um caso em tudo semelhante ao de Nuri Sahin, que também voltou a ser comprado pelo clube do Signal Iduna Park após passagens falhadas por Real Madrid e Liverpool.
Para a complicada tarefa de substituir o goleador Lewandowski, Klopp contratou dois avançados de bom nível. Adrián Ramos conhece a realidade da Bundesliga (ex-Hertha Berlim) e Ciro Immobile já merecia um campeonato mais competitivo, após ter ajudado o histórico Torino a conseguir um lugar na Liga Europa. Destaque ainda para a chegada do jovem Matthias Ginter (ex-Friburgo), que custou mais de dez milhões de euros.
O mais estranho é que este Dortmund, exatamente com os mesmos jogadores, tem realizado uma campanha absolutamente exemplar no Grupo D da Champions League. Em três rondas, os homens de Jurgen Klopp levam três vitórias e este é o saldo: nove pontos, nove golos marcados e zero sofridos, com triunfos convincentes sobre Galatasaray, Anderlecht e Arsenal.
Após uma goleada clara na Turquia (0-4), na última quarta-feira, Jurgen Klopp mostrou-se satisfeito com o futebol praticado pelos seus pupilos. Quem viu a partida, observou uma equipa pressionante, com uma troca de bola fluída e concretizadora no ataque. Uma equipa menos completa do que há duas épocas (quando eliminou o Real Madrid nas meias-finais da Champions League), mas capaz de ir longe na prova milionária.
Não existem razões óbvias que expliquem este início de época a duas velocidades: desastroso a nível interno e exemplar nas competições europeias. Contudo, um forte argumento poderá ser a contínua perda de referências para o Bayern Munique, maior rival do Borussia Dortmund nos últimos anos.
Mesmo com um treinador de tarimba europeia como Jurgen Klopp, a saída de jogadores como Mario Gotze e Robert Lewandowski para o Bayern Munique pode ser encarada, ainda que de forma inconsciente, como a constatação de um poderio financeiro de um colosso (desportivo e financeiro) sobre uma equipa menos titulada e com uma conta bancária muito mais modesta.
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