O Rio Ave terminou a sua participação na I Liga de futebol com um sabor agridoce, uma vez que viveu alguns dos momentos mais altos da sua história, mas falhou o objetivo de uma qualificação europeia.
Os vila-condenses terminaram a no 10.º lugar, não resistindo, na parte final, ao cansaço da participação em 57 jogos oficiais - um recorde no clube -, divididos entre Liga Europa, campeonato e participação nas taças.
Pedro Martins, ex-Marítimo, foi o treinador escolhido para dar sequência ao legado deixado por Nuno Espírito Santo, nos últimos dois anos, e com a responsabilidade de manter a fasquia elevada, depois das presenças nas finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga e o apuramento para as competições europeias.
O novo técnico começou a temporada com uma derrota na Supertaça, frente ao Benfica, nas grandes penalidades, que não beliscou a obtenção de novo feito inédito em Vila do Conde: a qualificação para a fase de grupos da Liga Europa.
A estreante turma da foz do Ave ficou no último lugar do seu agrupamento, mas deu uma boa réplica, com um percurso de adaptação e em crescendo, que mostrou que o clube tem alicerces para regressar às andanças europeias.
Nessa perspetiva, e pela produtividade da equipa, os responsáveis decidiram assumir, a meio da época, a candidatura às provas da UEFA.
No entanto, uma série de deslizes tornou evidente que o plantel não tinha estrutura para aguentar tantas frentes, numa situação agudizada por uma série de lesões, que encurtaram as opções de Pedro Martins.
Ainda assim, a equipa esteve, quase sempre, na parte superior da tabela da I Liga, ao mesmo tempo que tentava repetir a presença na final da Taça de Portugal.
No entanto, o desgaste físico acabou por ser implacável, ditando o afastamento da Taça, nas meias-finais, frente ao Sporting de Braga, e um deslize na penúltima jornada, frente ao Marítimo, que fechou a porta da ambição europeia.
Encerrado esse capítulo, os desafios maiores para o Rio Ave surgem agora para próxima época, no que se avizinha ser um fechar de um ciclo.
Jogadores como Ukra, Tiago Pinto, Ederson, Hassan e Diego Lopes estiveram em destaque ao longo da temporada, aguçando o apetite de emblemas de maior dimensão e tornando muito difícil a sua continuidade na foz do Ave.
Pedro Martins, aparentemente seguro para 2015/16, terá pela frente um árduo trabalho de restruturação do grupo de trabalho, porque em Vila do Conde garantir a permanência na I Liga já não é objetivo suficiente para os adeptos.