FC Porto, um 'flop' que não se via desde 1988-1989

O treinador espanhol Julen Lopetegui é o ‘rosto’ do falhanço, já que lhe foi dada ‘carta-branca’ para construir o plantel e contratar quem quis, luxo que até deu para pagar 11 milhões de euros por 60 por cento do passe de Adrian Lopez.

Além do ex-jogador do Atlético de Madrid, que, como se esperava, não justificou o investimento, chegaram mais uma série de jogadores, sobretudo de Espanha, vários emprestados, o que não costumava ser política do clube, como Óliver, Tello ou Casemiro, com o FC Porto a valorizar ativos alheios.

Também rumaram ao Porto Martins Indi, Brahimi, Marcano, José Angel, Evandro, Andrés Fernández, Opare, Ricardo Nunes, Sami, Campanã, Aboubakar ou Octávio, sendo que alguns não foram apostas para a equipa principal e acabaram emprestados.

O investimento foi, porém, inversamente proporcional ao retorno desportivo, pois, antes de perdido o campeonato, o FC Porto caiu nos ‘quartos’ da ‘Champions’, nas meias-finais da Taça da Liga e logo na terceira ronda da Taça de Portugal.

Os milhões da Europa foram o melhor da temporada, mas a verdade é que os ‘dragões’ se limitaram a cumprir, a aproveitar um sorteio favorável: Shakhtar, Athletic e BATE Borisov, na primeira fase, e Basileia, nos ‘oitavos’.

Nos quartos de final, saiu em sorte o ‘poderoso’ Bayern Munique, frente ao qual os ‘dragões’ lograram o resultado da época, um triunfo caseiro por 3-1 que criou ilusões, desfeitas, de forma esmagadora, na Alemanha (1-6).

Internamente, a primeira deceção surgiu na Taça de Portugal, com a eliminação ao primeiro embate, frente ao Sporting, em pleno Estádio do Dragão (1-3).

Bem mais tarde, já no princípio de abril, o FC Porto não conseguiu também marcar presença na final da Taça da Liga, ao perder por 2-1 no reduto do Marítimo.

Quanto ao campeonato, a formação ‘azul e branca’ partiu como favorita ao título, mas nunca foi líder, porque falhou nos confrontos com o Benfica (0-2 em casa e 0-0 fora) e ao nunca conseguir aproveitar os ‘tropeções’ dos ‘encarnados’.

O campeonato ‘acabou’ à penúltima ronda, com o FC Porto a oferecer o título ao conjunto de Jorge Jesus, ao empatar a 1-1 no Restelo, frente ao Belenenses. Para a história, ficou a imagem de Lopetegui de joelho no chão, derrotado.

Nasceu ai a primeira época do FC Porto sem títulos desde 1988/89, quando foi segundo no campeonato, caiu nos ‘oitavos’ da Taça de Portugal, perdeu a Supertaça para o Vitória de Guimarães e tombou na segunda eliminatória da Taça dos Campeões, perante o PSV Eindhoven.

“Para voltarmos a triunfar, o nosso ADN temos de recuperar”, ‘clamaram’ os ‘Super Dragões’, numa faixa colocada no penúltimo jogo caseiro, enquanto Lopetegui culpava arbitragens e ‘mantos protetores’.

Na última, as claques portistas viram mesmo o jogo num silêncio ‘ensurdecedor’, mostrando toda a sua insatisfação com a época do conjunto ‘azul e branco’, que a época passada já só tinha arrebatado a Supertaça.