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Riade89: O primeiro grito de campeão de Tozé foi também o único

A taça do Mundo que Tozé, capitão dos sub-20 de Portugal, levantou há 25 anos, coincidiu com a última vez que se pôde afirmar campeão naquilo em que, ainda hoje, o faz correr nos relvados: o futebol.

Riade89: O primeiro grito de campeão de Tozé foi também o único

António José Azevedo Pereira, agora com 44 anos, joga pelo Custóias, equipa que compete na 1.ª divisão da Associação de Futebol do Porto, embora o faça “por prazer e para ajudar a equipa, a pedido de um amigo”, disse em entrevista à Agência Lusa.

Uma justificação simples de um homem que, apesar de ter reclamado para si o estatuto de campeão do Mundo aos 19 anos, nunca mais voltou a gritar como o fez a 03 de março de 1989, no Estádio Rei Fahad, em Riade, após a vitória de Portugal sobre a Nigéria, por 2-0.

Fora do combinado dirigido por Carlos Queiroz, Tozé vestia a camisola do Leixões, mas passou pelo Tirsense, Leça, Alverca e Maia, antes de deixar o futebol profissional com 32 anos, sem nunca ter passado por um clube de topo, em Portugal ou no estrangeiro.

Algo que aconteceu a metade dos campeões de Riade: “Os que estavam ligados aos `grandes´ é que aproveitaram a oportunidade. Dos restantes, apenas o Filipe se transferiu do Torreense para o Sporting”.

“O Fernando e o Jorge Couto, que estavam dispensados pelo FC Porto, regressaram ao clube, o Valido ao Benfica, e pouco mais”, anotou Tozé, que recordou o facto de que, “na altura, não havia representantes de jogadores nem acompanhamento” dos jovens talentos.

Tozé lembrou que os jogadores mais novos “tinham que lutar muito e mostrar muito em campo” e assumiu não ter tido uma carreira de topo: “Eu não consegui. Felizmente, não fui dos que tive pior sorte. Houve colegas que não tiveram sorte mesmo, com alguma injustiça”.

“Tive uma oportunidade de chegar ao topo, mas os responsáveis do Leça não me deixaram tentar o Salamanca, na altura convidado por João Alves”, o treinador da equipa espanhola.

Mas não foi a única oportunidade: “Estive uns 15 dias a treinar no Valladolid, já tinha 26 anos. Mas houve, entretanto, uma alteração na equipa técnica e o treinador seguinte, como não me conhecia, não me quis”.

Porém, sublinha: “Estive muito tempo na primeira divisão, orgulho-me muito disso. Consegui ficar entre os melhores, apesar de não ter chegado ao topo”.

Dez anos depois de ter abandonado o futebol profissional, com uma licenciatura em Educação Física (a caminho do mestrado) e a dar aulas particulares, Tozé ainda achou que o “físico” aguentava mais uma “perninha”, razão pela qual acedeu ao convite do Custóias, na época passada.

Segundo Tozé, o desafio “começou com uma brincadeira de um amigo, dos que jogam nos [torneios] veteranos”, que é o atual treinador da equipa de Matosinhos, Pedro Fonseca.

“O Custóias estava no último lugar e ele sabia da minha capacidade física. Perguntou se podia ajudar o clube a sair das dificuldades desportivas e, apesar da surpresa e de ter pedido para pensar seriamente em voltar, vim e, felizmente, terminámos no décimo lugar”, contou.

O campeão de Riade confessou jogar cada vez menos: “Só quando a equipa está com resultados negativos. E termino este ano, definitivamente”.

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