Comentário: Benfica torna jogo fácil e Cardozo quebra jejum de cinco meses

O Rio Ave, que é uma equipa difícil de bater fora de casa, como o comprovam os resultados, não teve a mínima hipótese de discutir o jogo com o Benfica, que entrou determinado em resolvê-lo o mais rapidamente possível e impôs uma dinâmica muito forte.

A pressão "encarnada" deu frutos logo aos 17 minutos, com Rodrigo a inaugurar o marcador, tendpo Gaitan, aos 29, levado a sua equipa com dois tentos de vantagem para o intervalo. Cinco meses depois, Óscar Cardozo voltou aos golos para o campeonato, anotados os terceiro e quarto tentos, na conversão de grandes penalidades, aos 77 e 90+2.

A equipa vila-condense não foi capaz de lidar com a pressão alta que o Benfica impôs durante a primeira parte, em particular na meia-hora inicial, revelando enormes dificuldades logo na primeira fase de construção de jogo, em sair a jogar sem perder logo a posse de bola.

De resto, o Benfica está neste momento com uma dinâmica e uma intensidade de jogo sem paralelo em nenhuma outra equipa do futebol português, os seus jogadores estão frescos física e mentalmente, respiram confiança, chegam primeiro à bola do que os adversários, ganham quase todos os despiques individuais e diretos.

A sensação que imperava nas bancadas era a de que o golo do Benfica era uma questão de mais minuto menos minuto, pelo que foi com naturalidade que Rodrigo abriu o marcador, aos 17 minutos, após uma jogada pelo flanco esquerdo, envolvendo Sílvio e Gaitán.

O Rio Ave tão pouco conseguia sair em transições rápidas, porque o Benfica raramente perdia a posse de bola e, quando perdia, a pressão que exercia sobre os portadores da bola rapidamente garantiam a recuperação daquela, numa zona adiantada do campo.

A produção atacante do Rio Ave na primeira parte resumiu-se a dois remates de meia distância de Ukra, que passaram ao lado da baliza de Oblak.

À passagem do minuto 29, Gaitán aumentou a vantagem com um pontapé de primeira com o pé esquerdo, numa sobra a um remate de Lima, que tabelou num adversário, expressando com maior fidelidade o controlo total e a supremacia do Benfica na partida.

A propósito de Gaitán, de sublinhar o grande momento de forma que atravessa, ele e Enzo Pérez, um duo argentino que constitui neste momento o "motor" da máquina "encarnada" e a quem se deve em grande parte as "altas rotações" que consegue atingir.

A partir da meia-hora, o Benfica tirou um pouco o pé do acelerador, sem nunca perder o controlo completo do jogo, perante um Rio Ave que, cedo também, percebeu que nada havia a fazer para contrariar o poderio do adversário, e que se deixou tomar pela resignação e pela impotência.

Na segunda parte, o Benfica foi gerindo a vantagem, sem nunca dar qualquer veleidade ao Rio Ave de ameaçar o golo, num ritmo mais pausado, sem imprimir tantas acelerações ao jogo, mas mantendo-se claramente por cima e sempre mais perto do terceiro golo.

Até deu para Jorge Jesus lançar Cardozo, aos 65 minutos, para o lugar de Lima, na tentativa de o reencontrar com os golos e fazer subir a sua autoestima e confiança, objetivo alcançado, com dois golos, ainda que na conversão de duas grandes penalidades, aos 77 e aos 90+2.

O último golo de Cardozo remonta a 09 de novembro, frente ao Sporting, já lá vão cinco meses, para a Taça de Portugal, e o seu último golo para o campeonato aconteceu a 01 de novembro, com a Académica, no estádio da Luz, na nona jornada do campeonato.

O árbitro Cosme Machado usou de um critério muito apertado desde cedo, o que teve como consequência a amostragem de nove cartões amarelos ao Rio Ave e dois ao Benfica, num jogo perfeitamente normal em termos de agressividade, sem excessos.