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Os ‘autocarros’, as transições, a posse de bola e a soma de tudo isto

Neste momento, existem três tendências que marcam o estilo de jogo da maioria das equipas mundiais de topo. Ora se opta por um ‘autocarro’ que feche todos os caminhos da baliza ao adversário, ora se defende com segurança para sair com rapidez para o ataque ou então tenta-se limitar a imaginação e a imprevisibilidade do opositor com o controlo da posse de bola.

Os ‘autocarros’, as transições, a posse de bola e a soma de tudo isto

Nenhuma das opções é infalível, todas são possivelmente contornadas. Aliás, estas três formas de encarar o jogo são interessantes porque se podem complementar e anular entre si. As últimas eliminatórias das competições europeias trouxeram equipas com diferentes ideias de jogo, para bem da modalidade.

Parece claro que a fase da posse de bola pura, denominada por ‘tiki-taka’, tem agora ideias de jogo que a conseguem contornar e ultrapassar. Equipas como o Barcelona e o Bayern Munique sentem muitas dificuldades para impor o seu jogo face a conjuntos que se consigam fechar e sair com rapidez para o ataque.

Se o ‘tiki-taka’ não encontrou adversário à altura nos primeiros anos de Guardiola no Camp Nou, agora atravessa uma fase em que apenas luta pela sua sobrevivência enquanto ideal de jogo. É um processo natural e ainda bem que as coisas são assim. Sou fã incondicional do ‘tiki-taka’, mas não gostaria de assistir a uma modalidade em que este modelo se assumisse como superlativo para todo o sempre.

Este ano tem sido o ano das transições. A forma como o Real Madrid despachou o Bayern Munique na Allianz Arena (0-4) colocou (mais uma vez!) ao descoberto todas as fragilidades do ‘tiki-taka’. Quando a posse de bola se torna inconsequente, a equipa entra numa espiral de inconsequência e o seu jogo torna-se num autêntico ‘verbo de encher’. A saída rápida e precisa de Modric para a velocidade e mestria de CR7 e Bale foram mais do que suficientes para vulgarizar o controlo exemplar do esférico pelo campeão da Bundesliga.

Depois, os ‘autocarros’. Uma definição para aquelas equipas que abandonam por completo a ideia de atacar a baliza adversária, focando-se apenas no objetivo de fechar todos os caminhos para a sua área e aproveitar o erro alheio. Pode resultar bem, como quando o Chelsea trouxe três pontos do reduto do Liverpool (0-2, Premier League) ou muito mal, como quando o Chelsea foi derrotado em casa pelo Atlético de Madrid (1-3, Champions League).

Contudo, tenho observado ainda uma outra ideia de jogo, assente num coletivo forte e disposto a deixar tudo no relvado. Uma ideia que ‘abraça’ um pouco de tudo o resto. Os apuramentos de Atlético de Madrid (Champions League) e Benfica (Liga Europa) mostraram conjuntos rápidos nas transições, seguros na posse de bola e dispostos a sofrer quando assim foi necessário.

Antoine Lavoisier, a propósito dos seus estudos na área da conservação da matéria, formulou a seguinte frase: «Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma». Será também assim no futebol?

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