Mundial-2014: Como comunicar no maior torneio de futebol do Mundo

Quem gosta de futebol está nas nuvens, quem não gosta vai achar um exagero. No próximo mês não há volta a dar, todos os caminhos noticiosos vão dar ao Brasil e será reportado até à exaustão o que se lá passar. Um Campeonato do Mundo é um evento desportivo com um foco mediático descomunal. São milhares os jornalistas destacados para o Brasil, as televisões acompanham quase 24 horas por dia o que se lá passa e, por isso, é preciso saber fazer-se ver e ouvir.

As grandes seleções puxam dos galões e competem pela atenção mediática, as mais pequenas tentam arranjar um espaço para que, no próximo mês, se fale um pouco mais delas. Muito dificilmente seleções como o Irão, as Honduras ou a Suíça terão tanta atenção, nos próximos tempos, por parte da comunicação social.

É, por isso, importante saber comunicar e estar presente. A melhor forma de comunicar é, sem dúvida, ganhar. Nada melhor do que uma vitória para se ter as atenções dos mundos e, já agora, para satisfazer os adeptos. No momento em que escrevo, a Holanda está nas bocas do Mundo por ter infligido uma pesada derrota (5-1) à atual campeã do Mundo, a Espanha.

Para além disso também se pode comunicar de forma eficiente. Por exemplo, o que a seleção portuguesa fez na quinta-feira ao abrir ao público o primeiro treino em terras brasileiras é uma forma de comunicação.

Primeiro, porque desperta a atenção dos media, sobretudo quando o treino se transforma numa autêntica loucura com invasões de campo, etc. Depois, aproxima adeptos e jogadores, já que os primeiros podem contactar mais diretamente com os seus ídolos. Finalmente, é uma forma de agradecer a hospitalidade de quem os recebe, neste caso o povo de Campinas.

Tudo isto potencia a imagem de uma seleção. Neste caso a portuguesa, mas mais seleções optam pela mesma estratégia. É nestes torneios que as seleções, com o que elas fazem dentro das quatro linhas mas também fora delas, ganham reputação. São estes momentos que definem muito do que a vida de uma seleção é, depois, nos momentos de maior tensão. Quanto maior a simpatia, maior será a tolerância. Neste particular, Portugal tem trabalhado bem. Outra forma de comunicar são, obviamente, as redes sociais e a Internet. Quem não pode estar no Brasil quer ter pormenores sobre a vida de grupo dos selecionados. Claro que não será demais alertar para o controlo do que deve ser publicado.

Mais uma vez, nada disto faz muito sentido sem resultados desportivos mas ser simpático, comunicativo e atencioso nunca fez mal ninguém, até porque as boas energias trazem coisas positivas. Esperemos que o afeto que Portugal tem sentido ajude a um bom percurso no Mundial-2014 da seleção das quinas.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.