Ansiedade, apreensão e muita confiança foram os sentimentos dominantes entre os mais de mil cabo-verdianos que lotaram quinta-feira o Fan Parque na Cidade da Praia para assistir ao segundo empate de Cabo Verde na CAN2015, na Guiné Equatorial.
Não foi desta que os cabo-verdianos festejaram uma vitória na Taça de África das Nações (CAN2015), terminando o encontro com um empate (0-0) com a República Democrática do Congo, em jogo da segunda jornada do Grupo B.
Num Fan Parque montado na praça do bairro do Palmarejo, na Cidade da Praia, pela empresa de telecomunicações Unitel T+, não faltaram as bandeiras, cachecóis, camisolas da seleção e a batucada para enviar energia positiva aos "Tubarões Azuis".
O frio miudinho acentuava ainda mais o entusiasmo moderado, disfarçado com palmas tímidas, que se ouviram com mais intensidade nos momentos das entradas de Heldon, que marcou o golo do empate contra a Tunísia, e de Platini, que, em 2013, na África do Sul, marcou o primeiro golo de Cabo Verde numa CAN, frente a Marrocos.
"Força Cabo Verde", ouvia-se timidamente entre a multidão, sobretudo nos últimos minutos, quando a seleção treinada por Rui Águas criou algumas oportunidades de golo para desfazer o nulo no marcador, mas o guarda-redes congolês defendeu tudo, para desespero dos adeptos.
"Acho que foi um bom jogo, apesar de os jogadores terem falhado muitas oportunidades de golo", lamentou Zelito Lopes, 26 anos, natural da ilha do Fogo, esperando "maior eficácia" no jogo com a Zâmbia, para vencer e garantir a qualificação para os quartos-de-final.
"Apesar dos dois empates, ainda continuo a acreditar no apuramento de Cabo Verde", perspetivou o jovem foguense, elogiando a organização da seleção de Cabo Verde, mas dizendo que precisa "afinar ainda mais a pontaria".
Fredilson da Silva, 25 anos, também natural da ilha do Fogo recordou que passou os 90 minutos do jogo com o "coração apertado", mas com "confiança" nos jogadores, que, "infelizmente", não conseguiram finalizar as muitas oportunidades criadas.
"O sentimento não é nada mau e estou convicto de que no próximo jogo vamos fazer melhor para conseguir o apuramento para a fase seguinte. Cabo Verde tem feito bons jogos. Apenas precisa melhorar a finalização", disse Fredilson à agência Lusa, salientando que, mesmo estando a milhares de quilómetros de distância, todos os cabo-verdianos estão "100%" com a sua seleção.
"Foram 90 minutos de muito sofrimento e de muita ansiedade, com o coração a saltar pela boca, com as muitas oportunidades falhadas. Mas ainda tenho esperança que vamos passar à próxima fase", referiu João Mendonça, 36 anos, natural da Cidade da Praia, para quem Cabo Verde tem "condições" para "ir mais longe".
Com o empate (0-0) com a RDCongo, Cabo Verde soma dois pontos no grupo B, os mesmos que o adversário de hoje, contra quatro da Tunísia e um da Zâmbia.
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