Comentário: Benfica perde com Paços e desaproveita deslize do FC Porto

Sérgio Oliveira anotou o único golo do jogo aos 90 minutos, numa grande penalidade, após carga desnecessária de Eliseu sobre Hurtado, e devolveu os pacenses às vitórias, o que não acontecia frente ao Benfica, na Capital do Móvel, para o campeonato há oito épocas.

Os `encarnados´, que desaproveitaram o desaire do FC Porto na Madeira (derrota por 1-0) e a possibilidade de cavarem um fosso de nove pontos, podem apenas queixar-se de si próprios, num jogo em que desperdiçaram uma grande penalidade, por Lima, e enviaram mais duas bolas aos ferros da baliza de Rafael Defendi.

Ola John substituiu no onze do Benfica Gaitán, lesionado, mantendo-se a estrutura, assente num quarteto defensivo formado por Maxi Pereira e Eliseu nas laterais, ao lado de Luisão e Jardel, um meio campo formado por Talisca e Ola Jonh, à frente do médio mais defensivo Samaris, e ainda Salvio e Lima, num ataque cuja referência era Jonas.

No Paços de Ferreira, a equipa inicial apresentou seis alterações relativamente à derrota caseira com o Nacional, por 3-2, três das quais na defesa (Hélder Lopes foi o único dos habituais repetentes), uma no meio campo, com o regresso de Minhoca, e as restantes no ataque, com a troca de Urreta, que rumou ao Peñarol, e de Bruno Moreira por Cícero e Edson Farias.

O jogo começou com o Benfica dominador, rápido sobre a bola e nas transições e a pressionar alto, na zona de construção, retirando espaço aos locais, que passaram os primeiros 15 minutos a tentar aguentar a pressão contrária.

No ataque dos `encarnados´, Jonas esteve mais ativo do que Lima e, aos oito minutos, antecipou-se à marcação num centro de Salvio da direita, mas o desvio falhou a baliza. Seria o avançado brasileiro a ganhar a grande penalidade minutos depois, já após um lance duvidoso na área do Benfica entre Luisão e Cícero, ao tirar o centro desviado no braço de Ricardo.

O capitão pacense estava `em cima´ de Jonas e, daí, os protestos dos adeptos locais, que se transformariam, de seguida, em aplausos, quando Lima, na conversão da respetiva grande penalidade, acertou na trave.

A `atração´ do Benfica pelos postes teve continuidade aos 24 minutos, quando Salvio acertou no poste, após remate desviado por Ricardo na área, e já na segunda parte, aos 61, novamente por Lima, num cabeceamento ao ferro.

A pressão do Benfica foi perdendo intensidade a partir do primeiro quarto de hora, sensivelmente, e permitiu que os locais ganhassem atrevimento e começassem a repartir a posse de bola.

Edson Farias, aos 28 minutos, surgiu nas costas de Jardel e, de cabeça, assustou Júlio César, que viria a ser decisivo dois minutos depois, ao negar o golo a Cícero, num frente a frente ganho pelo internacional brasileiro.

O Benfica manteve o domínio na segunda parte, mas sem a mesma intensidade, e permitiu que o Paços de Ferreira, hoje muito coeso e a explorar essencialmente o contra-ataque, conseguisse suster os seus ataques.

Seriam mesmo os locais a ficar perto do golo, por Hélder Lopes, num centro-remate, aos 70 minutos, e nem as mudanças táticas nos `encarnados´, com a utilização de Talisca no meio e na esquerda, conseguiu render dividendos à formação de Jorge Jesus.

O Benfica só voltou a criar perigo nos últimos 15 minutos, primeiro por Jonas, depois pelo suplente Derley, na recarga a um remate de Lima, e, num dos últimos lances, aos 90+5, por Sálvio.

Nesta altura, o Paços já estava em vantagem, após remate certeiro de Sérgio Oliveira, num penálti a castigar entrada inadvertida de Eliseu sobre Hurtado.

Com esta vitória, cinco jogos depois, o Paços ascendeu ao sétimo lugar, com 26 pontos, enquanto o Benfica manteve a liderança, com 46, os mesmos seis de vantagem sobre o segundo FC Porto e agora sete sobre o Sporting, terceiro.