O presidente da FIFA, Joseph Blatter, enviou hoje uma carta de condolências ao presidente da Federação Egípcia de Futebol pelos “trágicos acontecimentos da última noite, no Cairo”, dos quais resultou a morte de 19 pessoas.
Blatter disse que a FIFA vai “esperar pelos resultados da investigação” para tomar uma posição concreta sobre os incidentes, mas ofereceu desde já à associada egípcia “todo o apoio” que possa necessitar por parte do organismo que rege o futebol mundial.
Já hoje, as autoridades egípcias atualizaram de 22 para 19 o número de pessoas mortas no domingo, em consequência dos incidentes no jogo entre o Enppi e o Zamalek, que vai ser treinado pelo português Jesualdo Ferreira.
Os incidentes levaram o Governo a determinar a suspensão do campeonato egípcio da primeira divisão por tempo indeterminado.
O jogo entre o Zamalek e o Enppi decorreu com as bancadas ocupadas e não à porta fechada, como tem vindo a acontecer desde 2012, desde os episódios de violência ocorridos num estádio de Port-Saïd.
O ministro do Interior, no entanto, limitou o número de adeptos autorizados a entrar no estádio a 10.000, e os bilhetes esgotaram rapidamente.
Os adeptos que fazem parte do grupo Ultra White Knights, desprovidos de bilhete, tentaram forçar a entrada no estádio para poderem assistir ao jogo, disse a polícia.
Os agentes da polícia usaram gás lacrimogéneo para dispersar os adeptos, que, de acordo com a polícia e testemunhas, lançaram ‘very lights’.
Em dezembro, as autoridades egípcias decidiram autorizar o regresso, em número limitado, de espetadores a alguns jogos do campeonato da primeira divisão de futebol.
Em fevereiro de 2012, em Port-Saïd, num jogo entre o clube local Al-Masry e o Al-Ahly, adeptos do Al-Masry atacaram apoiantes da equipa adversária, treinada então por Manuel José, provocando violentos confrontos que fizeram 74 mortos e centenas de feridos.
O treinador Jesualdo Ferreira assinou esta semana pelo Zamalek, no qual substituiu um outro português, Jaime Pacheco.