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Atletismo: Portugal sem seniores nos Mundiais de corta-mato

Portugal não se fará representar por qualquer atleta nas provas de seniores dos Campeonatos do Mundo de corta-mato, que terão lugar na China, o que sucede pela pimeira vez nos últimos 40 anos.

Atletismo: Portugal sem seniores nos Mundiais de corta-mato

O elevado custo das deslocações, atendendo a que o palco para a edição deste ano é Guiyang, na China, e o facto de vários atletas convidados a participar terem declinado, levou a Federação Portuguesa de Atletismo a convocar somente os juniores Joana Ferreira (Mata) e Fábio Gomes (Várzea).

A convocatória para a prova de 28 de março, hoje tornada pública, limita-se àqueles dois nomes, quanto a atletas, que serão acompanhados por António Graça, técnico nacional de meio-fundo, que também assumirá o papel de 'team-leader'.

"Quando se definiram os critérios de participação nesta prova, estava prevista a ida dos melhores atletas nacionais, atendendo aos resultados dos Nacionais de Corta-Mato e Estrada, mas tal não foi possível porque vários não aceitaram", disse António Graça à agência Lusa.

Sem querer especificar nomes, António Graça referiu que três atletas no setor masculino e quatro no setor feminino não se mostraram disponíveis para participar, o que tornaria a equipa "minimamente competitiva".
"A possibilidade de levar equipas, que já era bastante remota, deixou de existir a partir do momento em que soubemos que não iriam estar os melhores", explicou.

O caso mais claro foi a indisponibilidade, já expectável, da campeã e vice-campeã, Dulce Félix e Sara Moreira, que estão a preparar a ida à maratona de Londres, no próximo mês. Essa indisponibilidade levou as atletas depois contactadas a também recusar, explicando que só iriam caso a equipa contasse com todos os melhores valores.

A escolha do campeão nacional júnior foi óbvia, mas no caso dos juniores femininos vai a vice-campeã, já que a campeã, a benfiquista Anais Silva, é emigrante em França e avisou ainda antes da prova que, mesmo que ganhasse o Nacional, não poderia ir ao Mundial, por ter compromissos assumidos para aquelas datas.

"O custo enorme das deslocações limitou a nossa opção. A representação, também por isso, é assumidamente limitada e não vai com intuitos coletivos, o que consideramos perfeitamente aceitável, face aos constrangimentos orçamentais", reforçou António Graça. "É uma decisão ponderada face à realidade atual do nosso atletismo".

António Graça assume o momento de "crise profunda" do setor de que é técnico nacional: "O meio-fundo não tem o valor que tinha há 20 anos e temos de ver bem para onde faz sentido canalizar o investimento. E esta não é uma realidade que se vai alterar a curto prazo. Demorámos duas décadas a chegar a este ponto, não será em poucos anos que vamos voltar àquele nível".

Portugal é dos países europeus com mais tradições nos Mundiais de corta-mato, contando quatro títulos individuais (três de Carlos Lopes, em 1976, 1984 e 1985 e um de Albertina Dias, em 1993) e várias outras classificações de topo. Em termos de medalhas, Lopes tem ainda duas medalhas de prata e Albertina uma de prata e uma de bronze, tendo igualmente atingido o terceiro lugar, por uma vez, Fernando Mamede, Paulo Guerra e Conceição Ferreira.

Coletivamente também há várias medalhas, com destaque para os títulos femininos em Budapeste em 1994 e em Vilamoura em 2000 (esta na já extinta variante de crosse curto). Os homens não chegaram a ser campeões mas por quatro vezes chegaram à medalha de bronze.

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