Bloco de Notas: Que futuro para Alberto Bueno e Adrian Lopez?

Fiquei bastante entusiasmado quando Adrian Lopez chegou do Atlético Madrid na temporada passada, mesmo que a troco de 11 milhões de euros. Uma soma elevada para a realidade portuguesa, mas que, segundo algumas teorias nunca confirmadas, terá sido a forma que os 'colchoneros' encontraram para pagar o que ainda deviam ao FC Porto pela compra de Falcao.

Seja como for, 11 milhões são sempre 11 milhões. O que é certo é que a soma aplicada na contratação de Adrian Lopez nunca teve retorno. O avançado espanhol, unidade importante para Diego Simeone antes de chegar ao Dragão, simplesmente nunca se encontrou no esquema tático de Julen Lopetegui.

No 4x3x3 do basco, Adrian Lopez jogou sempre numa das alas mais ofensivas, normalmente como substituto de Brahimi, Tello ou Quaresma. Mas o habitat do atleta de 27 anos não é esse. No Vicente Calderón conseguiu bons momentos (e golos!) nas costas de Diego Costa, como segundo avançado. Nunca como extremo e muito menos como 8. A lesão contraída no início de 2015 também não foi benéfica para Adrian, mas, mesmo que não tivesse este azar, o mais certo teria sido continuar a atuar numa das extremidades do terreno.

Alberto Bueno chegou este verão ao Dragão a custo zero. O jogador, curiosamente também com 27 anos, acabou a última temporada ao serviço do Rayo Vallecano como melhor marcador espanhol da Liga BBVA, somando 17 tentos. Mas, sob a batuta de Paco Jémez, Bueno sempre atuou como segundo avançado, com Manucho ou Leo Baptistão na sua frente.

Mesmo ocupando uma espécie de segunda linha atacante, Bueno terminou a época com mais golos do que os seus companheiros. A questão é que o número de golos não se mede pelo facto de ocupar uma posição mais adiantada. Simplesmente, Alberto Bueno é melhor a aparecer para finalizar do que a encontrar espaços para o fazer.

Bueno não é um Jackson Martinez, longe disso, e a prova irrefutável desta tendência é que Pablo Osvaldo estará muito próximo de assinar pelo FC Porto.

O grande problema aqui é que, a meu ver, Julen Lopetegui corre o risco de 'queimar' dois excelentes jogadores em dois anos. Se a intenção do treinador azul e branco for colocar Bueno na ala ou no meio campo, como um 8, parece-me que vai no bom caminho. Jogar sozinho no ataque também me parece fora de questão, embora até possa ser o melhor dos males.

Tal como o compatriota Adrian, Alberto Bueno gosta de jogar atrás de um avançado mais fixo, o que simplesmente não me parece possível de acontecer no FC Porto. A menos que Lopetegui ainda altere o sistema tático da equipa.

Quanto a Adrian, os vice-campeões nacionais parecem na disponibilidade de o emprestar ao Deportivo, clube onde já se deu muito bem. Já Bueno, caso não se consiga adaptar ao sistema tático da sua nova equipa, poderá viver uma temporada em muito semelhante à que teve o seu compatriota em 2015-16.

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