O presidente do comité organizador do Campeonato da Europa de futebol de 2016, a disputar em França entre 10 de junho e 10 de julho, assegurou hoje que a segurança é o principal desafio da competição.
“A segurança é o maior desafio do Euro2016. Já o era na nossa candidatura, aumentou com os atentados de janeiro e ainda mais agora. O nível de segurança das equipas vai ser máximo”, afirmou Jacques Lambert, em entrevista ao diário desportivo francês L'Équipe.
O responsável pela organização da principal competição continental de seleções escusou-se a dar detalhes sobre as medidas a adotar, por razões de confidencialidade, salientando que “o problema da segurança é global”, porque “é a França, como Estado, que está ameaçada”.
“É impossível ter a pretensão de impedir a 100% ações desta natureza”, frisou Lambert, sem descartar que a UEFA possa adiar ou suspender o Euro2016, em função de ocorrências futuras: “Tudo é possível, mas seria reconhecer que os que nos atacam têm razões para o fazer”.
Sobre os atentados ocorridos na sexta-feira nas imediações do Stade de France, enquanto era disputado o ‘amigável’ entre França e Alemanha, Lambert apoiou a decisão de não interromper o encontro.
“Não houve pânico. Tomou-se a decisão certa de não parar o jogo. Não era possível retirar as pessoas do estádio enquanto os acontecimentos no exterior não estivessem totalmente controlados. Dificilmente se podia ter feito melhor”, rematou.
O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico reivindicou no sábado, em comunicado, os atentados de sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses, e 352 feridos, 99 em estado grave.
Oito terroristas, sete deles suicidas, que usaram cintos com explosivos para levar a cabo os atentados, morreram, segundo fontes policiais francesas.
Os ataques ocorreram em pelo menos seis locais diferentes da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.