Os portugueses Tiago Silva, Miguel Quaresma e Luísa Oliveira estão entre os 8.000 atletas que participam, no domingo, na 34.ª Maratona Internacional de Macau e provas associadas.
O queniano Julius Kiplimo está de regresso a Macau para tentar repetir a vitória de 2014, enquanto os três portugueses traçam como objetivo ficar entre os dez primeiros lugares na maratona.
Esta será a terceira maratona de Luísa Oliveira, depois das corridas no Porto e em Hamburgo (Alemanha).
Para a atleta, que chega a Macau com o tempo de 2:39:40, um bom lugar seria ficar “em quinto ou sexto lugar”.
“A maratona aqui [em Macau] é um pouco dura. (…) Estamos a treinar e já sentimos mais a humidade”, afirmou hoje Luísa Oliveira, de 39 anos, à agência Lusa.
Já Tiago Silva, detentor do recorde pessoal de 2:20:19, alcançado em Hamburgo, além das condições atmosféricas, apontou as dificuldades do percurso, “com muitos desníveis e algumas subidas, principalmente nas pontes”.
“Parece um percurso um pouco complicado, e não estamos habituados a este tipo de ambiente. O ar é um bocadinho mais pesado (…). Idealmente, as expetativas são lutar pelos dez primeiros lugares, mas veremos. Em termos de tempo é muito complicado delinear um objetivo”, disse.
Já “na meia-maratona, o objetivo é lutar pelo pódio”, afirmou o treinador Américo Brito, ao falar à Lusa sobre o conjunto de atletas.
No total, são 11 os atletas lusófonos que participam nas provas no domingo em Macau.
Além dos participantes na maratona, Portugal faz-se representar na meia-maratona por Bruno Silva e Carla Martinho.
Nelson Cruz, natural de Cabo Verde, radicado em Portugal, é outro dos inscritos na meia-maratona.
“Tive de abdicar de fazer esta maratona para apostar tudo na maratona de Sevilha. Vou tentar os mínimos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e tive de fazer essa opção”, justificou.
O atleta cabo-verdiano participou nos Jogos Olímpicos de Pequim e já competiu em Macau, conseguindo a vitória nos Jogos da Lusofonia, em 2006.
“É um regresso. Nove anos depois regressei [a Macau], sempre tive essa vontade. (…) É uma grande alegria”, afirmou, acrescentando que se “dá bem com este tipo de clima”.
Crisolita Rodrigues Silva (Cabo Verde), Natércia Maia e Simão Gama Gonçalves (Timor-Leste) e D’Jamila Correia Tavares e Gil Quintas (São Tomé e Príncipe) completam o leque de atletas de língua portuguesa a competir em Macau no domingo.
“Este ano, a participação lusófona está em força, está muito bem representada, e julgo que em termos globais, temos um bom lote de atletas convidados. Espero que o tempo possa ajudar para fazer melhores tempos e um novo recorde”, disse José Tavares, presidente do Instituto de Desporto de Macau, em declarações à Lusa, sublinhando que a “iniciativa de trazer atletas lusófonos é para continuar”.
A campeã olímpica Rosa Mota, que correu a meia-maratona em Macau em 1988, logo a seguir à conquista da medalha de ouro nos Jogos Olimpicos de Seul, está novamente no território a acompanhar os atletas, depois de, em 2006, ter integrado a comitiva dos Jogos da Lusofonia.
“Já nos habituámos a que entre quenianos e etíopes, normalmente, um deles saia vencedor, mas eu gosto deste ambiente, e temos aqui atletas da lusofonia, que acho que é muito importante estarem aqui”, afirmou Rosa Mota.
“Sabemos que o valor competitivo deles é ‘fraco’ – não é para lutar pelas vitórias –, mas estão cá a marcar presença e isso é que é importante”, concluiu.