O Cova da Piedade garantiu hoje a subida à II Liga portuguesa de futebol, ao derrotar o Angrense, por 2-1, estreando-se nas competições profissionais, depois de vencer a zona sul do Campeonato de Portugal.
Apoiado por quase três mil espectadores no Estádio Municipal José Martins Vieira, na Cova da Piedade, o conjunto do concelho de Almada, que apenas dependia de si para confirmar já o primeiro lugar quando ainda falta jogar duas jornadas, inaugurou o marcador ainda na primeira parte por Filipe Falardo (29 minutos).
A boa reação do Angrense ao golo sofrido teve efeitos práticos, aos 50 minutos, momento em que João Borges concluiu um rápido contra-ataque, repondo a igualdade (1-1).
Reduzido a dez elementos devido à expulsão, por acumulação de cartões do defesa Eugénio (53 e 61 minutos), o Angrense ressentiu-se da inferioridade numérica ao sofrer, dois minutos volvidos, o 2-1 por intermédio de Filipe Godinho.
Até ao apito final, os piedenses, sem arriscarem em demasia no ataque, não sentiram dificuldade em controlar as operações e segurar a vantagem, que lhes permitiu, três anos depois de se sagrarem campeões distritais da Associação de Futebol de Setúbal, estrear-se nas competições profissionais em 2016/17.
O treinador do Cova da Piedade, Sérgio Boris, que há três anos comandou a equipa ao título distrital, manifestou gratidão ao grupo de trabalho com teve esta época.
"Segredo? Esteve neste grupo de jogadores fantásticos que mostrou que a idade é apenas um número no bilhete de identidade. Encararam cada dia, treino e jogo de forma extraordinária", disse à Lusa.
O técnico, de 40 anos, sublinhou que a subida de escalão não estava nos planos do clube no arranque da temporada.
"Só depois de virarmos da primeira para a segunda volta desta fase é que sentimos que era possível e assumimos essa meta. Conquistámos esse direito com o passar dos jogos. A partir daí agarramo-nos a cada jogo como se fosse o último e acabámos por conseguir atingir o objectivo a duas semanas do fim. É gratificante", disse.
Visivelmente mais emocionado estava Paulo Veiga, eleito presidente do clube há cerca de dez meses.
"Sinto uma alegria imensa por ter este grupo fantástico. Nada disto estava previsto. É o resultado do trabalho da equipa técnica, da direção. A dois jogos do final termos esta diferença pontual é um prémio mais do que merecido", considerou.
Sobre o futuro do Cova da Piedade na II Liga, o dirigente mostra-se ambicioso.
"Vamo-nos reestruturar e formar uma equipa forte para nos mantermos na II Liga. Somos uma equipa de garra", vincou o presidente dos piedenses.