O Paços de Ferreira voltou a falhar a qualificação para as competições europeias na última jornada da I Liga de futebol, numa época que superou a anterior e afirmou Diogo Jota e Bruno Moreira como melhores goleadores lusos.
Jorge Simão chegou do Belenenses para substituir Paulo Fonseca, a quem ganhara o ‘sprint' final pela última vaga na Liga Europa em 2014/15, e logo fez saber que o objetivo era melhorar os 47 pontos conseguidos pelo seu antecessor.
O técnico, de 39 anos, assumiu o risco de mudar quase tudo, a começar numa defesa com apenas três ‘repetentes' e cinco ‘reforços', nenhum deles com experiência na I Liga, e um meio campo que se apresentava ‘órfão' de Seri e Sérgio Oliveira, os artífices de um modelo de jogo que primava pelo futebol de posse.
Este novo Paços, que ganhou solidez na baliza com a entrada de Marafona e velocidade nos corredores, passou a chegar mais depressa à baliza contrária, num jogo mais direto, com André Leal, da formação do clube, a dar continuidade à titularidade conquistada no final da época passada e a assumir os equilíbrios no meio campo e a ligação ao ataque.
Na frente, Bruno Moreira confirmou a vocação goleadora e formou com Diogo Jota, igualmente da formação pacense e o jogador mais utilizado no campeonato (2.754 minutos), uma dupla de sucesso, a mais eficaz entre os goleadores lusos do campeonato, responsável por 26 dos 43 golos da equipa.
O Paços entrou bem no campeonato, com duas vitórias e dois empates, um deles em Alvalade, diante do Sporting (1-1), e, mesmo sem encantar, terminou a primeira volta com 28 pontos e a permanência bem encaminhada.
A quebra da equipa chegou em janeiro e prolongou-se por oito jogos (sem vencer), até março, o que pode explicar-se também com as lesões que assolaram o plantel, obrigando o técnico a recorrer frequentemente à equipa júnior.
Foram utilizados 28 jogadores, mas o coletivo reagiu bem e cedo garantiu a permanência, sem nunca se afastar do objetivo dos 48 pontos, confirmados a duas jornadas do fim, após quatro vitórias seguidas (a melhor série da época).
O Paços estava a dois jogos de garantir o regresso às competições europeias, mas, à semelhança da época passada, deixou fugir o sonho na última ronda.
Em contraponto, Simão superou os 47 pontos conseguidos por Paulo Fonseca, melhorando ainda a classificação (de oitavo para sétimo), o número de vitórias (13 contra 12), o número de golos marcados (43 contra 40) e sofridos (42 por oposição aos 45 de 2014/15).