O antigo guarda-redes Vítor Baía afirmou que foi um “choque” a seleção portuguesa ter sido eliminada nos quartos de final do Europeu de 1996 frente à Republica Checa, com um golo de Poborsky que não esquece.
“Tínhamos uma expetativa elevadíssima para o Europeu, daí que aquela eliminação nos quartos de final tenha sido um choque. Encarámos mal a eliminação e caiu-nos como uma bomba”, afirmou em entrevista à Agência Lusa.
Baía justificou a expetativa presente no grupo devido “à qualidade dos jogadores”, no que foi a primeira grande competição de “uma geração apelidada de ouro”.
“Era um início de uma geração apelidada de ouro, que tinha ali a sua primeira competição sénior. Depositávamos uma expetativa muito alta, até pela qualidade dos jogadores que tínhamos, com alguns que começavam a encontrar o seu destino nas grandes potências internacionais”, explicou.
O ex-guarda-redes recorda: “No pós Europeu, eu fui para FC Barcelona onde estava o Figo, o Rui Costa estava na Fiorentina, o Fernando Couto no Parma, o Paulo Sousa na Juventus. Era um número de jogadores jovens, mas já com experiência”.
Até ao jogo dos ‘quartos', o internacional português ‘AA’ em 80 ocasiões destacou a forma “sustentada” como a seleção lusa disputou a fase de grupos.
“Fizemos um grande jogo com a Dinamarca, era campeã de Europa (vitória em 1992). Apesar do empate (1-1), demonstrámos para o que íamos. Com a Turquia, vencemos por 1-0, consolidámos a nossa possível passagem, que veio a verificar-se de forma mais sustentada com a Croácia (3-0)”, vincou.
Portugal acabaria por cair aos pés da República Checa, tendo perdido por 1-0, com Karel Poborsky a marcar de ‘chapéu' o único golo do jogo.
“Apesar de me terem criticado, aquele golo foi considerado o melhor do campeonato da Europa. É estranho apontarem-me o dedo. Tentei reduzir ao máximo a distância com o Poborsky, mas ele faz algo impensável, nunca tinha visto nada assim. Um ‘chapéu’ com aquela altura e a bola o primeiro toque que dá no chão já é dentro da baliza”, explicou.