Síntese: Benfica compromete objetivo do «penta» com derrota frente ao Tondela

A derrota do Benfica só foi surpreendente para quem não viu o jogo, visto que realizou uma das piores, senão a pior, exibição da época, durante a qual somou erros defensivos primários, de que resultaram os três golos do Tondela, a uma ineficácia gritante no último terço do campo, quer em termos da definição das jogadas quer em termos da finalização das mesmas.

Rui Vitória resolveu poupar Fejsa e Jardel para o jogo da penúltima jornada frente ao Sporting, em Alvalade, por estarem em risco de verem mais um amarelo e não poderem jogar essa partida, mas já não o fez em relação a Rúben Dias e a Grimaldo, também em risco de falharem o dérbi caso fossem admoestados disciplinarmente.

A verdade é que a opção de Rui Vitória em poupar Jardel se revelou penalizadora para o Benfica, uma vez que o capitão ‘encarnado’ está sem competir desde 13 de dezembro de 2017 – quando foi titular na derrota por 3-2 em Vila do Conde, frente ao Rio Ave, para a Taça de Portugal –, ou seja, há quatro meses e meio.

Inevitavelmente, Luisão teria de acusar tanto tempo de paragem competitiva, e se juntarmos a isso a circunstância de contar 37 anos, talvez se possa qualificar a opção de Rui Vitória como de alto risco, mesmo tendo em conta que o jogo era na Luz e que o adversário se chamava Tondela.

O certo é que o capitão benfiquista ‘esteve’ nos três golos do Tondela, o primeiro num lance em que a bola é metida nas suas costas, o segundo na sequência de um lançamento lateral em que, de frente para a bola, não consegue aliviá-la na disputa aérea com um adversário, e o terceiro em que permitiu, estando a fazer a cobertura a Tomané, que este fizesse o remate para o terceiro golo.

Figura da partida foi o avançado Miguel Cardoso, ironicamente formado nas escolas do Benfica, autor dois primeiros golos do Tondela, aos 30 e 39 minutos, que propiciaram virar o resultado na sequência do golo inaugural de Pizzi, aos 12 minutos.

Com esta derrota, o Benfica comprometeu o objetivo de alcançar o ‘penta’, e manteve o segundo lugar, com 77 pontos, mas pode ver o FC Porto aumentar a vantagem para cinco pontos na liderança, caso vença o Marítimo, no domingo, na Madeira, ou ver o Sporting alcançá-lo em pontos, se vencer hoje em Portimão.

Com resultado na Luz, o Tondela, de Pepa, garantiu a manutenção na I Liga, com a equipa viseense a ocupar agora o nono lugar, com 38 pontos, dez pontos acima da linha de descida.

Noutro jogo da 32.ª jornada hoje disputado, o Feirense foi ao Bonfim vencer o Vitória de Setúbal por 2-0, resultado que permitiu ao conjunto nortenho deixar os lugares de descida, enquanto os sadinos caíram para 16.º.

O avançado João Silva, autor de dois golos, ambos na segunda parte, foi a figura do encontro em que o Feirense conquistou os primeiros pontos da segunda volta da prova fora de portas.

Contra a corrente de jogo, aos 63 minutos, o Feirense chegou ao golo por intermédio de João Silva. Assistido por Hugo Seco, o avançado, que em 2011/12 representou os setubalenses, ganhou a bola entre Patrick Vieira e Yohan Tavares e, à saída de Cristiano, colocou a bola fora do alcance do guarda-redes.

Aos 87 minutos, o Feirense conseguiu fazer o 2-0, graças a novo golo de João Silva. Após canto de Crivellaro na direita, o atacante, ao segundo poste, cabeceou para o segundo da sua equipa e da sua conta pessoal.

Atordoados pelo golo, os sadinos só não voltaram a sofrer o terceiro porque Luís Aurélio viu o guarda-redes Cristiano, que tinha ficado mal na fotografia no 2-0, evitar o avolumar da vantagem do Feirense, que conquistou três preciosos pontos na luta pela permanência.

Com este triunfo, o Feirense saiu da zona de despromoção, subindo ao 14.º lugar, com 30 pontos, enquanto os sadinos desceram para o 16.º, com 29 pontos, um apenas acima da ‘linha de água’, mas podem ser ultrapassados pelo Desportivo das Aves, caso vença, no domingo, na receção ao Estoril Praia, ou alcançados pelos ‘canarinhos’, caso a vitória sorria a estes.