Mundial-2018: Irão 1-1 Portugal (declarações)

Fernando Santos (selecionador de Portugal): “Foi um excelente jogo, numa grande exibição, é típico do Quaresma. Portugal foi melhor. Está de parabéns o Carlos Queiroz, montou uma equipa fantástica, que luta até ao fim. Está de parabéns o Irão pelo campeonato que fez, provou que não era fácil.

Tivemos o controlo do jogo, depois, quando o Azmoun começou a marcar o William, perdemos um bocadinho, a arrastá-lo para as zonas laterais, desgastou-o muito e descompensou-nos a zona de meio campo, ficámos só com o Adrien, os alas deviam ter entrado mais para dentro.

Depois do intervalo, entrámos muito bem, a equipa sabia o que tinha de fazer, o William a baixar para os centrais, tivemos o controlo do jogo até ao penálti, que infelizmente falhámos, e a partir daí o Irão cresceu e acreditou. Não fizemos o golo, o Irão cresceu e muito, pegou no seu forte, no jogo aéreo, bola longa e lances de bola parada.

Com a entrada do Bernardo voltámos a equilibrar e a ter mais bola, o jogo estava controlado, sem o Irão criar uma grande situação.

No futebol, a responsabilidade única e primeira é sempre o do treinador, nunca dos jogadores. Há uma coisa que toda a gente sabe, esta seleção é do 'Nós', não do Fernando ou do António.

Graças a deus passámos, isso é que é importante. Estamos nos oitavos de final.”

Ricardo Quaresma (jogador de Portugal, autor de um golo): "Peguei bem na bola, já habituei as pessoas a este tipo de remates. Foi um grande golo, mas o mais importante foi alcançar o objetivo.

Temos de pensar jogo a jogo. Jogámos bem, criámos oportunidades para fazer o segundo e o terceiro. Alcançámos o objetivo, agora é recuperar e pensar no próximo jogo."

André Silva (jogador de Portugal): “O objetivo era passar, todos querem passar em primeiro e não fugimos à regra, mas infelizmente empatámos. Este grupo foi um dos mais difíceis, a Espanha também empatou com Marrocos.

Sabemos lidar com a pressão, estamos habituados a jogar em estádios com grandes adversários, mas fizemos o nosso trabalho e qualificámo-nos.

Na fase a eliminar é difícil para todas as seleções. Venha quem vier, temos de estar preparados e temos de dar o nosso máximo.”

João Mário (jogador de Portugal): Começámos bem, sabíamos que o adversário é uma equipa que luta muito, aguerrida, agressiva, mas estávamos preparados para isso. Entrámos bem no jogo, tivemos sempre mais bola, mas, infelizmente, o penálti [apontado pelo Irão] veio mudar um pouco as coisas. Mas há que realçar o facto de termos passado.

No jogo de hoje, as análises ao VAR foram excessivas, isso não ajuda. Talvez o árbitro se tenha deixado um pouco levar pelas provocações do Irão, mas fizemos o que nos competia. Infelizmente, sofremos o empate a acabar e passámos em segundo.

O que temos visto deste jogo é que todas as equipas são difíceis, ambas tinham fatores fortes, a Rússia joga em casa, não haveria por onde escolher, a agora vamos defrontar o Uruguai.

Sabíamos que a Espanha estava a perder, depois o Irão marcou na mesma altura que a Espanha, mas sabíamos que estávamos classificados, apesar do Irão ainda ter tido uma oportunidade muito perigosa. Mas o mais importante era passarmos e não tanto preocupar-nos com o que estava a acontecer no outro jogo.

Não foi fácil aquele remate do Irão já no final, sabíamos que eles iam acreditar até aos últimos minutos, mas tínhamos as coisas bem definidas, que era passar à fase seguinte."

Adrien Silva (jogador de Portugal): "Cumprimos o objetivo que sempre tivemos em mente e estamos felizes por o conseguir. A nota artística é sempre relativa, se a pudermos iremos tentar, mas o importante é manter os nossos objetivos intactos, e até podíamos ter resolvido o jogo mais cedo, mas faz parte do jogo. O que conta é o resultado e termos passado aos oitavos de final.

(sobre a titularidade) Senti-me bem, já nos conhecemos há muito tempo, jogar com estes colegas é fácil. Estou feliz por ter jogado, e, sobretudo, por Portugal ter conseguido o seu objetivo. Agora vamos pensar no próximo jogo.

(sobre penálti falhado por Cristiano Ronaldo) O Cristiano está com a confiança inabalável como sempre. É assim a mentalidade dele, é um dos pontos fortes que tem, é o caráter de acreditar nas suas capacidades e no próximo irá marcar com certeza.

Não estivemos muito atentos nem à Rússia nem ao Uruguai, porque estávamos focados nos nossos adversários do grupo. Agora temos cinco dias para poder analisar este adversário. Conhecemos os nomes, mas temos ver ao certo a maneira de jogar e como podemos contrariar e criar mossa.

(Reencontro com Coates) É um amigo que deixei no Sporting, mas dentro do campo não o será (risos). Mas de certeza que falarei com ele no final do jogo e espero que com um sorriso."

José Fonte (jogador de Portugal): "Já tivemos bons jogos, sem sofrer golos, infelizmente não conseguimos manter a baliza invicta, mas conseguimos o objetivo principal de passar à próxima fase.

(sobre o lance do penálti) Para mim não é penálti. Não se pode saltar para a bola com os braços colados ao corpo. Assim não se consegue ter elevação. O Cedric estava a olhar para a bola, que lhe bate no braço e muda de trajetória. Acho que, no mínimo, é um lance duvidoso. Mas temos de aceitar, às vezes as coisas não são como queremos.

O importante foi termos aguentado e passado, e temos agora de nos preparar para o desafio com Uruguai. Será mais um jogo difícil, já ficou provado que neste Mundial não há jogos fáceis. Temos consciência que vai ser extremamente difícil, mas temos de nos preparar.

Vamos jogar contra uma grande equipa, com qualidade, e bons jogadores. Venha quem vier temos de nos preparar.

Não havia preferências entre Rússia e Uruguai. Se analisarmos vemos que a Rússia joga em casa, com apoio dos adeptos. Um estádio cheio de russos ia ser difícil. Venha quem vier temos de lidar com quem nos aparecer pela frente e preparar da melhor maneira para termos o plano de jogo certo, para poder este difícil objetivo."