Europeu 2008: «Temos de ter os pés bem assentes no chão», Simão

“Se podemos lutar pelo título? Temos de ter os pés bem assentes no chão. Se pensarmos jogo a jogo, penso que podemos chegar longe, como aconteceu até aqui”, afirmou o ex-“capitão” do Benfica, lembrando o segundo lugar no Euro2004 e o quarto no Mundial2006.

Em termos pessoais, Simão mostrou-se esperançado em apresentar-se a 100 por cento na fase final: “não tem sido uma época fácil (devido às lesões), mas espero chegar a bom nível ao Europeu”.

Por seu lado, o avançado Nuno Gomes garantiu que “os jogadores já estavam ansiosos pelo início dos trabalhos” e deixou uma palavra de agradecimento à cidade anfitriã do estágio em solo luso: “gostava de agradecer a Viseu o caloroso apoio que temos recebido”.

“Agora estamos concentrados para começar a trabalhar”, frisou o jogador do Benfica, que, como Simão, não aposta em altos objectivos: “fazer melhor do que no último europeu é conquistar o título. Isso seria óptimo, mas pensar em chegar à final é começar a colocar a fasquia muito alto. Para já, queremos passar a primeira fase”.

Presumível titular da equipa das “quinas”, Nuno Gomes, que conta 68 internacionalizações “AA”, espera dar continuidade aos quatro golos marcados no Euro2000 e ao tento apontado no Euro2004, à Espanha: “estou aqui para fazer o meu trabalho, marcar golos e criar situações, mas também ajudar os mais novos como minha experiência”.

Na opinião de Fernando Meira, defesa central do Estugarda, também não é positivo estar já a pensar na final: “esta selecção tem muita qualidade, só que não é benéfico estar a traçar metas muito altas, mas, obviamente, que queremos chegar o mais longe possível”.

Autor de um “grande” Mundial2006, Meira tem a concorrência de Ricardo Carvalho, Pepe e Bruno Alves no Euro2008: “não é importante estar agora a discutir quem são os titulares. O mais importante é estarmos todos juntos para ajudar”.

Em princípio, o guarda-redes Quim também não deve caber no “onze”, mas está na luta: “tanto eu, como o Ricardo e o Rui (Patrício) temos as mesmas possibilidades. O ‘mister’ não quer jogadores que se contentem com o banco. Mal de mim se vinha sem o pensamento de jogar”.

Quanto a objectivos, nada de novo: “as expectativas são as de sempre, que é fazer o nosso melhor. Apesar de termos perdido jogadores importantes e muito experientes, temos juventude com muita qualidade”.

Em fase finais, Portugal apresenta 11 estreantes na lista dos 23 eleitos, entre eles o incansável médio João Moutinho, que domingo ajudou o Sporting a conquistar a Taça de Portugal (2-0 ao FC Porto, após prolongamento, no Jamor, com um “bis” de Rodrigo Tiui).

“Quando se chega à selecção a moral é sempre boa, seja com a conquista da Taça ou não. O importante é estar na selecção para ajudar este grupo de trabalho. É esse o meu contributo”, disse o jogador do Sporting, acrescentando: “espero que o sangue novo, traduzido nos 11 estreantes em fase finais, represente uma vantagem para Portugal”.

Outras das “caras novas” é o guarda-redes Rui Patrício, o único sem qualquer internacionalização “AA”: “estou convocado como todos os outros e vou trabalhar como eles. Se vou jogar ou não? não estou preocupado com isso”.

A selecção portuguesa de futebol inicia hoje um estágio de 13 dias em Viseu, que terminará a 31 de Maio, com a realização do último jogo de preparação, frente à Geórgia.

No dia seguinte, a comitiva lusa ruma a Neuchatel, o “quartel-general” na Suíça, onde Portugal cumpre os três jogos na fase inicial, frente à Turquia (07 de Junho, em Genebra), à República Checa (11, em Genebra) e à selecção anfitriã (15, em Basileia).

Dos 23 eleitos, 18 concentram-se hoje, enquanto Pepe (Real Madrid) apenas chega na noite de quarta-feira, numa altura em que Cristiano Ronaldo e Nani (Manchester United) deverão estar a defrontar Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira (Chelsea) - só integram o estágio sexta-feira - na final da Liga dos Campeões, em Moscovo.