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Mundial-2022: Beto lembra crença de Portugal em desafiar lógica em 2014

A seleção portuguesa encheu-se de crença para desafiar uma improvável conjugação de resultados no Grupo G e manter-se no Mundial de 2014, apesar do inconsequente êxito sobre o Gana (2-1).

Mundial-2022: Beto lembra crença de Portugal em desafiar lógica em 2014

“O nosso estado de espírito era de motivação, foco e exigência, visto que sabíamos que tínhamos de golear. Apresentámos um futebol bastante atacante, que, muitas vezes, era mais emotivo do que racional. A vontade de marcar mais e mais [golos] era tanta que até houve situações em que podíamos ter sido surpreendidos pelo Gana no contra-ataque”, contou à agência Lusa o ‘guardião’, de 40 anos, que completou 89 minutos nessa tarde.

Portugal e Gana partiram para a terceira e última jornada da ‘poule’ igualados na terceira posição, com um ponto, três abaixo da futura campeã Alemanha e dos Estados Unidos, sendo que os lusos precisavam de vencer os africanos por quatro golos de diferença em Brasília e esperar por um êxito germânico no Recife para acederem aos oitavos de final.

Se a ‘mannschaft’ confirmou a liderança com um golo solitário de Thomas Müller (1-0), o conjunto de Paulo Bento não passou da vitória tangencial (2-1), em que Asamoah Gyan ainda anulou um autogolo de John Boye na segunda parte, antes de o capitão Cristiano Ronaldo se estrear a ‘faturar’ no Brasil e concretizar o 50.º de 117 tentos pela seleção.

“O facto é que jogámos muito com o coração. Recordo-me de que na última meia hora já nem era a cabeça a jogar, mas apenas o coração, pois estávamos mesmo a precisar de golos atrás de golos. Não conseguimos materializar todas essas ocasiões que tivemos e ficámos a três golos de poder avançar para a fase seguinte. Não foi possível”, lamentou.

Beto sente que Portugal “foi um pouco vítima daquilo que aconteceu” na goleada imposta na estreia pela Alemanha (0-4), ‘manchada’ pela expulsão precoce de Pepe e as lesões de Fábio Coentrão, Hugo Almeida e do guardião Rui Patrício, que atuou os 90 minutos.

“Sendo práticos e pragmáticos, Portugal tinha 23 jogadores de alto nível e soluções para colmatar um castigo ou uma lesão. Fomos um bocado prejudicados, porque foram várias lesões ao mesmo tempo e em jogos seguidos, e acabámos por pagar um pouco a fatura. Obviamente, foi um golpe duro, mas nunca podem ser uma desculpa para nada”, atirou.

O então guarda-redes dos espanhóis do Sevilha assumiu a titularidade no empate frente aos Estados Unidos (2-2), com Silvestre Varela a impedir a derrota lusa já em tempo de compensação, após Jermaine Jones e Clint Dempsey terem selado a reviravolta face ao tento madrugador de Nani, por entre queixas físicas de Hélder Postiga e André Almeida.

“Tivemos uma oportunidade de vencer os Estados Unidos, mas empatámos, porque não jogamos sozinhos e o opositor tinha realmente uma equipa muito forte. Partimos, assim, para a última jornada com a obrigação de vencer e de golear o Gana. Estávamos ‘ultra’ motivados, mas faltaram golos”, reiterou Beto, que também se lesionaria na reta final do jogo decisivo e saiu do relvado frustrado e em lágrimas, acabando rendido por Eduardo.

Portugal repetiu as prestações de 1986 e 2002 e despediu-se prematuramente do Brasil, proporcionando um “sentimento agridoce” ao antigo ‘guardião’ de FC Porto, Sporting e Sporting de Braga, que reteve “memórias maravilhosas de uma experiência inolvidável”.

“É um orgulho enorme, não só por Portugal estar presente em fases finais de Mundiais, mas para mim, porque é a prova mais aguardada por todos. O reconhecimento dos três treinadores que me levaram lá é o reflexo do meu trajeto, trabalho e dedicação”, avaliou.

Suplente não utilizado em 2010 e 2018, Beto esteve em três Mundiais e fecha o pódio da tabela de internacionais lusos com mais convocatórias, ao lado de Bruno Alves e Ricardo Costa, bem como de Rui Patrício e William Carvalho, que disputarão o terceiro no Qatar, estando todos atrás do ‘vice’ Pepe, com quatro, e do líder Cristiano Ronaldo, com cinco.

“Se Carlos Queiroz, Paulo Bento e Fernando Santos me levaram foi porque identificaram em mim uma mais-valia para o grupo, fosse para estar em campo ou ser só uma opção. Tenho um orgulho muito grande por essas conquistas. Sinto-me muito feliz por dizer que estive em três fases finais de Mundiais”, frisou o vencedor de quatro Ligas Europa, três pelo Sevilha e uma com o FC Porto, que deixou em julho os finlandeses do Helsingfors.

Portugal e Gana começam a disputar a 22.ª edição do Mundial na quinta-feira, às 19:00 locais (16:00 em Lisboa), no Estádio 974, em Doha, em jogo da primeira ronda do Grupo H, três horas após o embate entre Uruguai e Coreia do Sul, também na capital do Qatar.

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