Crónica: Argentina sofre por 'acidente', mas está nos 'quartos'

Em Al Rayyan, o ‘inevitável’ Lionel Messi, que somou o terceiro tento na prova, aos 35 minutos, e Julián Álvarez, autor do segundo na conta pessoal, aos 57, colocaram os sul-americanos numa posição cómoda, que só foi alterada por um ‘azarado’ autogolo de Enzo Fernández, aos 77.

O desvio acidental do benfiquista, na sequência de um remate de Goodwin que nem parecia ir para a baliza, traiu Emiliano Martínez e lançou o jogo para um final completamente ‘partido’, no qual as duas equipas poderiam ter marcado.

Sem nada a perder, a Austrália arriscou e só não chegou ao segundo golo por culpa de duas ‘imensas’ ações defensivas, a primeira de Lisandro Martínez, a anular uma grande jogada de Behich, aos 81 minutos, e a segunda de Emiliano Martínez, a dizer não ao prolongamento, perante o isolado Kuol, aos 90+7.

Entre as duas jogadas, a Argentina teve, porém, várias enormes hipóteses para chegar ao terceiro, o que só não aconteceu devido, sobretudo, à falta de pontaria do suplente Lautaro Martínez, ao qual Messi ofereceu dois golos ‘cantados’.

O ‘onze’ de Lionel Scaloni acabou por prevalecer, como toda a justiça, marcando encontro nos ‘quartos’ com os Países Baixos, para um embate clássico em Mundiais, que aconteceu a última vez nas ‘meias’ de 2014, com a Argentina a passar nos penáltis.

Em relação ao encontro em que selaram o apuramento na terceira jornada da fase de grupos, cada seleção apresentou uma novidade, com Papu Gómez a substituir o lesionado Di María, na Argentina, e Baccus a entrar para o lugar de Goodwin, na Austrália.

A formação sul-americana entrou a dominar, como se esperava, mas, perante uma formação australiana muito recuada e fechada, sentiu muitas dificuldades em furar e, na primeira meia hora, só fez um remate, e sem perigo, aos 17 minutos, por Papu Gómez.

O encontro estava bloqueado, até que, aos 35 minutos, apareceu Lionel Messi: depois de um livre na direita, endossou a bola em Mac Allister, que a colocou na área, onde o benfiquista Otamendi a dominou e deixou para o ‘10’ rematar com a classe habitual.

Em vantagem, a Argentina passou a controlar o jogo ainda com mais tranquilidade e só voltou a rematar aos 50 minutos, novamente por Messi, desta vez fraco e à figura de Ryan, instantes depois de Scaloni trocar Papu Gómez por Lisandro Martínez, passando a um sistema de três centrais, com os laterais a adiantarem-se.

Ao segundo remate após o intervalo, os sul-americanos chegaram ao segundo golo, aos 57 minutos: De Paul pressionou o guarda-redes, este desviou-se, mas perdeu a bola para Álvarez, que, com toda a calma, atirou a ‘contar’.

O encontro parecia resolvido e esse ‘status quo’ foi-se intensificando, com a Argentina a dominar por completo as operações, até que, aos 77 minutos, Goodwin rematou torto, mas a bola bateu em Enzo Fernández e traiu Emiliano Martínez.

Sem fazer grande coisa por isso, a Austrália estava de volta à discussão do resultado e, pouco depois, aos 81 minutos, uma enorme jogada de Behich, que ultrapassou vários argentinos, quase resultou em empate, valendo, ‘in extremis’, Lisandro Martínez.

O jogo estava agora ‘partido’ e, com espaço, Messi ‘tomou conta’ do jogo e a Argentina esteve muito perto do terceiro, o que só não aconteceu devido à falta de pontaria de Lautaro, que desperdiçou dois passes ‘mortais’ do ‘10’, aos 89 e 90+3 minutos.

Messi, aos 90+3 e 90+5 minutos, e Lautaro, aos 90+5, voltaram a ameaçar, mas, a última grande oportunidade foi da Austrália, com Kuol, aos 90+7, a aparecer solto na área e a rematar para uma ‘enorme’ defesa de Emiliano Martínez, que evitou o prolongamento.