A polícia moçambicana disparou este domingo gás lacrimogéneo para conter alegados distúrbios no final de uma das partidas do Moçambola, a principal prova do país, atingindo alguns jogadores.
“O que esses polícias e militares fizeram é uma sincera vergonha para o nosso futebol. Houve disparos, atletas desmaiados com gás lacrimogéneo. É importante que quem de direito possa intervir”, referiu, no final do encontro, à Rádio Moçambique, Abneiro Ussaca, técnico do Matchedje de Maputo, equipa que foi jogar a Lichinga, capital da província nortenha do Niassa, 1.500 quilómetros a norte.
A própria equipa da rádio queixou-se da intervenção, que a forçou a deixar momentaneamente o equipamento e postos de reportagem, e um dos comentadores classificou-a como um “excesso de zelo”.
O Matchedje de Maputo estava a vencer por 1-0 com sete minutos de descontos para lá dos 90 regulamentares, quando foi assinalada uma grande penalidade que deu o empate ao Ferroviário de Lichinga.
Os visitantes contestaram a decisão, considerando que a grande penalidade não existiu e que o mesmo árbitro já os tinha prejudicado da mesma forma noutra partida.
Foi durante protestos entre o banco do Matchdje de Maputo e o quarto árbitro que os ânimos se exaltaram, levando depois a polícia a disparar gás lacrimogéneo.
Alguns jogadores foram assistidos dentro do campo do Ferroviário de Lichinga, mas sem relatos de feridos, pelo menos no rescaldo preliminar à intervenção da polícia.
A sétima jornada do Moçambola ficou ainda marcada pelo fim da série de vitórias que o líder Black Bulls mantinha desde o início da temporada.
A equipa do português Hugo Martins cedeu no sábado um empate sem golos imposto na cidade da Beira pelo Ferroviário local, segundo classificado.