"Em 2007 decidi mandar o Ronaldo embora. Gostava de festa e persuadia o grupo a sair com ele"

Capello revelou que a sua decisão foi motivada pelo comportamento menos profissional do jogador brasileiro, que era apelidado de 'Fenómeno', e a influência negativa que estava a ter no balneário dos merengues.

Segundo o experiente técnico italiano, Ronaldo Nazário tinha uma queda por "festas" e esse comportamento estava a afetar o moral e a disciplina do grupo.

"Em fevereiro de 2007 decidi mandar o Ronaldo embora. Gostava de festa e persuadia o grupo a sair com ele", começou por dizer Capello, em declarações à margem de um evento numa Universidade em Itália, citado pelo jornal 'AS'.

O treinador lembra mesmo um episódio em que Ruud van Nistelrooy se aproximou dele, preocupado, e disse: "Senhor, cheira a álcool no balneário." Capello enfatizou que o odor a álcool era inegável.

"Um dia o Van Nistelrooy chegou ao pé de mim e disse-me: 'Senhor, cheira a álcool no balneário'. E cheirava mesmo", acrescentou.

Outra questão que preocupava o treinador era o peso de Ronaldo. Em 2007, o jogador estava com 94 kg, um aumento significativo em comparação com os 82 kg que tinha durante o Mundial de 2002, na Coreia.

"O Ronaldo estava a pesar 94 kg nesse ano. Na Coreia, no Mundial de 2002, pesava 82. Disse-lhe para perder peso e ele chegou... aos 92,5", explicou Capello.

Além de Ronaldo, Capello também mencionou Antonio Cassano, outro jogador problemático no plantel. Capello ficou particularmente frustrado com os pedidos frequentes de Cassano por batatas fritas antes dos jogos, considerando essa atitude inaceitável.

"Com Cassano perdia a cabeça. Ele pedia batatas fritas antes de cada jogo. Era inaceitável. Zanguei-me mais com o chefe do que com ele. Não entendia como era possível uma coisa daquelas", finalizou o técnico italiano.