"Eleições? Não queremos distrações para o nosso trabalho mas, como sócio, estou atento"

"Polémica em Espanha? Sobre essa questão, não há mais comentários a fazer", frisa Sérgio Conceição.

Com múltiplas candidaturas em jogo, os corredores do Dragão transformaram-se num cenário de intensos debates e confrontos entre os principais concorrentes ao cargo máximo do emblema azul e branco.

Entre os candidatos destacam-se figuras proeminentes como Pinto da Costa, líder histórico dos dragões há mais de quatro décadas, Nuno Lobo e André Villas-Boas, este último, um antigo treinador dos azuis e brancos.

Cada um dos aspirantes apresenta uma visão e um conjunto de propostas para o futuro do clube, gerando divisões e divergências entre os adeptos portistas.

No entanto, apesar da efervescência política nos bastidores do clube, o ambiente no balneário da equipa principal do FC Porto parece permanecer inalterado, em grande parte devido ao foco incutido por Sérgio Conceição nos seus jogadores.

"Não adianta fazer qualquer tipo de futurologia. Temos de nos focar em nós"

Em conferência de imprensa de antevisão ao próximo embate dos dragões contra o Estoril, o treinador azul e branco abordou diversos assuntos, desde as estreias de Francisco Conceição e Galeno pelas respetivas seleções até à polémica em Espanha.

O técnico recusou-se a comentar sobre a polémica em solo espanhol, onde foi acusado por um autarca local de agredir um árbitro e ainda alguns polícias, no decorrer de um torneio juvenil no qual o seu filho mais novo participava, tendo se focado no jogo imediato contra o Estoril, destacando a importância de manter a equipa focada nos seus objetivos.

"Sobre essa questão, não há mais comentários a fazer", começou por referir Conceição, citado pelo jornal 'Record'.

No que diz respeito às estreias de Francisco Conceição e de Galeno pelas respetivas seleções, Portugal e Brasil, o técnico portista mostrou-se satisfeito, mas alertou para o fato de ser difícil trabalhar uma equipa quando esta perde 12 jogadores para os compromissos internacionais.

"Em relação ao jogo e à preparação, é sempre complicado dentro de um clube que liberta 12 clubes para seleções. As estreias da seleção, não só do Francisco, mas também do Galeno, estão relacionadas com o trabalho deles", apontou Conceição, antes de comentar as ausências no plantel azul e branco para o jogo frente ao Estoril.

"Os jogos que preparamos quando temos três numa semana advêm do conhecimento dentro e fora de campo, com imagens, vídeos, análises de adversários. Não estamos a pensar muito nas ausências. Não vai ser por isso que teremos desculpas para este jogo", acrescentou.

Quanto à valorização de Diogo Costa pelo portal "Transfermarkt" como o guarda-redes mais valioso do mundo, Sérgio Conceição mostrou-se satisfeito, elogiando o trabalho e o mérito do jogador.

"Fico feliz. Mesmo que não houvesse esse dado, sabemos do que ele é capaz. É resultado do trabalho e do mérito que ele tem. A capacidade que eles têm para aprender é positiva. Mesmo o Pepe, com 41 anos, tem vontade de aprender", observou.

Em relação à luta pelo título, o treinador português salientou a necessidade de a sua equipa manter-se concentrada e focada nos jogos que se avizinham, evitando especulações sobre o futuro.

"Não dependemos de nós. Temos de fazer o nosso trabalho e ganhar os nossos jogos. Não adianta fazer qualquer tipo de futurologia. Temos de nos focar em nós para não termos nenhum dissabor", alertou o técnico.

Apesar de estar atento ao desenrolar das eleições e às ideias dos diferentes candidatos, Sérgio Conceição reiterou o seu compromisso exclusivo com o FC Porto enquanto treinador, deixando claro que o seu principal objetivo é alcançar o sucesso desportivo.

"Como sócio, estou atento, obviamente, a tudo o que se diz entre os diferentes candidatos e às ideias de cada um deles. Mas estou aqui como treinador do FC Porto, a pensar única e exclusivamente no jogo de sábado", frisou o treinador dos dragões, antes de abordar o fato das eleições estarem a decorrer com a época em andamento.

"Não há preferência. As datas são o que são. Não queremos distrações para o nosso trabalho. Sendo um ano de eleições, sim, para os sócios, simpatizantes e imprensa, percebo. O meu trabalho é focar-me totalmente no nosso trabalho", rematou Sérgio Conceição.