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E. Amadora: José Maria Salvado está no Brasil e faltou ao julgamento

José Maria Salvado, presidente do Estrela da Amadora entre 1996 e 2002, está no Brasil e faltou hoje à sessão do julgamento em que responde por alegada apropriação indevida de quase 1,8 milhões de euros do clube.

Ana Esteves da Cunha, advogada oficiosa de José Maria Salvado, disse à Lusa que o arguido comunicou ao tribunal que está no Brasil há algum tempo e indicou a morada onde pode ser contactado, não se sabendo se estará presente na próxima sessão, agendada para 02 de fevereiro, depois de já não ter comparecido na primeira, a 12 de janeiro.

Apesar da ausência do ex-presidente do Estrela, o coletivo de juízes da 2.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, ouviu testemunhas arroladas. Pelo Ministério Público, Rui Fernandes, perito da Polícia Judiciária em contabilidade, disse ter constatado que ''existia mesmo uma conta paralela e estava tudo documentado''.

Foram ouvidas também testemunhas abonatórias, Marques Pedrosa, membro da direção encabeçada por José Maria Salvado, Joaquim Conceição, Carlos Franco e dois ex-funcionários dos serviços administrativos, um dos quais afirmou ter recebido ordens da direção presidida por António Oliveira - a última antes da insolvência do clube - ''para queimar papéis''.

Salvado, também indiciado da prática de um crime de falsificação de documento, está acusado de agir ''com aproveitamento do exercício das funções públicas que lhe eram cometidas, em detrimento do interesse público prosseguido pelo Estrela''.

Na acusação, a que a agência Lusa teve acesso, refere-se que o então dirigente tinha uma conta-corrente, na qual foram creditados montantes por ''supostos empréstimos seus ao clube'', para a contratação de jogadores.

A investigação da 9.ª Secção do DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Lisboa concluiu que, a 31 de dezembro de 2002, ''deveria estar inscrito na referida conta-corrente não um saldo de 1.257.539 euros a favor do arguido, mas sim um saldo de, pelo menos, 1.794.308,68 a favor do Estrela''.

''O arguido sabia que obtinha um ganho patrimonial ilegítimo total de, pelo menos, 1.794.308,68 euros e que causava prejuízo de montante equivalente ao Estrela da Amadora, o que quis e conseguiu'', refere-se na investigação, datada de 20 de janeiro de 2011.

Sobre o antigo presidente do Estrela da Amadora, que sucedeu no cargo ao irmão, Jaime Salvado, pende ainda a acusação de o ''arguido ou terceiros'' terem forjado recibos relativos a contratações de jogadores.

''Ao utilizar os referidos documentos que sabia serem forjados, o arguido também sabia que abalava a credibilidade e a fiabilidade que os documentos merecem, bem como a sua força probatória'', sublinha-se na acusação.

A investigação sustentou ainda que Salvado ordenou ''aos funcionários dos serviços administrativos e financeiros do Estrela da Amadora o crédito a seu favor, na referida conta-corrente''.

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