Portugal quer reeditar único sucesso na Irlanda do Norte

O próximo oponente de Portugal no grupo F europeu de qualificação para a fase final do Campeonato do Mundo de 2014 tem-se revelado um adversário muito incómodo, tanto em casa como fora, como ficou demonstrado há menos de um ano, no Porto, onde impôs um empate 1-1, que poderá ter custos elevados na corrida ao primeiro lugar.

A derrota sofrida pela Rússia há duas semanas em Belfast, por 1-0, recolocou Portugal na corrida pelo apuramento direto, mas o selecionador Paulo Bento preferiu encarar o desaire da principal rival na ótica das dificuldades que Portugal vai encontrar na capital da Irlanda do Norte.

Não é apenas a atual conjuntura que justifica a preocupação de Paulo Bento, mas também a perspetiva histórica: em seis encontros disputados na condição de visitante, um dos quais em Coventry (Inglaterra), Portugal perdeu dois, empatou três e ganhou apenas um, apresentando um registo negativo de 4-7 entre golos marcados e sofridos.

É precisamente o resultado de 07 de setembro de 1994 que os eleitos de Paulo Bento procuram repetir. A estreia de António Oliveira como selecionador nacional, na bem-sucedida qualificação para o Europeu de 1996, saldou-se por um triunfo por 2-1, consumado com um golo tardio de Domingos, aos 81 minutos, depois de Rui Costa ter inaugurado o marcador, aos oito, e Quinn ter empatado, aos 58.

A primeira deslocação a Belfast, em 1957, saldou-se também pela derrota mais pesada sofrida frente à Irlanda do Norte, por 3-0, na qualificação falhada para o Campeonato do Mundo de 1958, o mesmo destino que Portugal conheceu na campanha para o Mundial de 1974, apesar de ter melhorado o desempenho, ao empatar 1-1 em Coventry, graças ao golo de Eusébio, aos 84 minutos, de grande penalidade.

Antes do único sucesso obtido em Belfast, a seleção portuguesa visitou a capital norte-irlandesa em 1981 e voltou a perder, por 1-0, na desastrosa fase de qualificação para o Mundial de 1982, na qual terminou em penúltimo lugar de um grupo aparentemente acessível, que integrava ainda Escócia, Suécia e Israel.

O lado mais positivo desta contabilidade é que desde que alcançou a única vitória em Belfast, Portugal nunca mais perdeu na condição de visitante na Irlanda do Norte, apesar de ter empatado os dois últimos, 0-0 em 1997, no apuramento falhado para o Mundial de 1998, e 1-1, num particular disputado em 2005, muito por força do autogolo de Craigan.

Mesmo fora de casa, a Irlanda do Norte não tem facilitado a vida da equipa lusa, que venceu apenas por duas vezes na receção ao adversário da próxima sexta-feira, tendo concedido quatro empates, alguns dos quais comprometedores, como o que registou em outubro do ano passado e que apenas foi “arrancado” nos instantes finais, com um tento de Hélder Postiga, aos 79 minutos.