O Real Madrid parte como principal favorito à conquista da Liga espanhola de futebol, ao manter quase todo o elenco que alcançou o tão ansiado 10.º título europeu e acrescentar Toni Kroos e James Rodriguez.
Na segunda época sob o comando de Carlo Ancelotti e após o terceiro lugar de 2013/14, os “merengues”, liderados pelo internacional luso Cristiano Ronaldo, têm, porém, uma quase impercetível margem de erro, face à presença do campeão Atlético de Madrid e do “vice” FC Barcelona.
Os “colchoneros” mudaram muitas “peças”, face sobretudo a três grandes perdas para o Chelsea (Diego Costa, Filipe Luis e Courtois), mas continuam na mesma linha, sob o comando do argentino Diego Pablo Simeone, que, além do 10.º título espanhol, quase levou o Atlético ao primeiro cetro europeu.
Por seu lado, o “Barça” foi ao Celta de Vigo buscar o seu ex-jogador e ex-técnico da equipa B Luis Enrique e surge renovado, com o uruguaio Luis Suarez (ex-Liverpool) como grande contratação e a prometer um tridente atacante temível, juntamente com o argentino Lionel Messi e o brasileiro Neymar.
Apesar da fortíssima concorrência, o Real Madrid tem, porém, de ser apontado como o favorito número 1, numa época em que Ancelotti, já campeão em Itália, Inglaterra e França, deverá apostar forte na competição interna, que os madrilenos só venceram uma vez nos últimos seis anos.
O triunfo de 2011/12, na segunda época de José Mourinho, foi a exceção desde 2008/09, temporada em que Pep Guardiola chegou ao “Barça” e revolucionou o futebol, com o seu “tiki-taka”, expressão maior da posse e circulação de bola.
Em relação à época passada, o Real Madrid não perdeu qualquer jogador importante – para já, o argentino Di Maria continua – e foi buscar dois grandes jogadores, Kroos (ex-Bayern Munique) e James Rodriguez (ex-AS Mónaco), além do guarda-redes costa-riquenho Keylor Navas (ex-Levante).
O técnico italiano só pode queixar-se de fartura, sobretudo do meio-campo para a frente, com Xabi Alonso, Modric, Kroos, Di Maria, Isco, Cristiano Ronaldo, Bale e Benzema. Atrás, também há qualidade, com os internacionais lusos Fábio Coentrão e Pepe, Sérgio Ramos, Varane ou Marcelo.
Se os “merengues” são os primeiros “cabeças de série”, o “Barça”, de Luis Enrique, será o segundo, mesmo tendo em conta que Luis Suarez só poderá jogar em finais de outubro, quando acabar a suspensão de quatro meses que lhe foi imposta após a mordidela ao italiano Chiellini, no Mundial de 2014.
Além do uruguaio, também chegou outro grande “craque”, o médio croata Rakitic (ex-Sevilha), bem como os guarda-redes Cláudio Bravo (ex-Real Sociedad) e Ter Stegen (ex-Borussia Monchengladbach) e os defesas Mathieu (ex-Valência) e Vermaelen (ex-Arsenal).
Em matéria de saídas, destaque para Valdés, Puyol (fim de carreira), Cesc (rumou ao Chelsea) e Alexis (Arsenal), mas, tudo somado, o “Barça” parece estar pronto para o quinto título em sete anos – perdeu o último na derradeira ronda (tinha de bater em casa o Atlético de Madrid, mas empatou).
Por seu lado, o Atlético de Madrid começará como “outsider” de luxo, pois, entre outros, manteve Koke e, para fazer face às saídas de Courtois, Filipe Luis, Diego Costa e Villa, chegaram Moya (ex-Getafe), Oblak e Siqueira (ex-Benfica), Ansaldi (ex-Zenit), Griezmann (ex-Real Sociedad), Mandzukic (ex-Bayern Munique) ou Raul Jimenez (ex-América).
Como já se viu neste início de época, os “colchoneros”, que mantiveram o português Tiago, vão ser um sério candidato ao título, com o seu futebol assente na consistência defensiva, liderada por dois “enormes” centrais (Miranda e Godin).
Os restantes 17 participantes, numa prova que arranca no sábado e se prolonga por 38 jornadas, até 24 de maio de 2015, não têm qualquer hipótese sequer de sonhar com o título.
Entre eles está o Valência, treinado pelo português Nuno Espírito Santo (ex-Rio Ave), que recrutou os ex-benfiquistas André Gomes, Rodrigo e João Cancelo, mas quer mais: fala-se em Enzo Perez e também no portista Jackson Martinez.
Os valencianos correrão pelo último lugar de acesso à “Champions”, como o Sevilha, de Beto, Daniel Carriço e Diogo Figueiras, o Málaga, de Flávio Ferreira, Antunes, Duda e Ricardo Horta (ex-Vitória de Setúbal), o Villarreal e os bascos da Real Sociedad e Athletic de Bilbau.
Em relação a 2013/14, são novidades o Eibar, o Deportivo da Corunha, com Luisinho, Diogo Salomão e Ivan Cavaleiro, e o Córdoba, que substituíram Osasuna, Valladolid e Betis.