Fernando Santos, afinal, não é o novo treinador de Portugal!

13 dias depois de Paulo Bento abandonar o cargo máximo da seleção nacional, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) optou por escolher Fernando Santos (ex-Grécia) para ocupar o cargo livre. Muitos nomes foram colocados em cima da mesa, como por exemplo: Vítor Pereira, José Peseiro, Jesualdo Ferreira ou o próprio Luiz Felipe Scolari, porém, o técnico português de 59 anos levou a melhor sobre os restantes.

A chamada de Fernando Santos parece, à primeira vista, uma excelente opção, são poucos os que encaixam neste retrato: antigo treinador do Benfica, Sporting e FC Porto, vencedor de todas as provas nacionais e com experiência em grandes torneios, tanto da UEFA como da FIFA. Numa primeira análise parece ser o treinador perfeito para o presente e para o futuro da seleção.

E tudo ficaria bem se acabasse por aqui; porém é aí que nos lembramos de que estamos em Portugal...

Na verdade Fernando Santos não irá ser o treinador que dirigirá a equipa no banco, pelo menos nos primeiros jogos, isto devido aos oito jogos de castigos impostos pela FIFA depois do jogo entre a Grécia e a Costa Rica no Mundial de 2014. O assunto já está a ser tratado pelo Tribunal Arbitral do Desporto, mas tudo indica que o castigo não irá ser perdoado, quanto muito será reduzido.

Mesmo que o castigo seja reduzido (o que não é certo) nunca será por menos de quatro jogos, ou seja, o novo selecionador provavelmente ficará quatro a cinco jogos a ver a seleção da bancada. Obviamente que poderá treinar a equipa nos treinos e poderá estar presente nas conferências de imprensa antes e depois do jogo, mas é do banco que por vezes sai a motivação que os jogadores precisam no momento. Entretanto, em sua representação, ficará Ilídio Vale, treinador da seleção portuguesa sub-19.

O mister português irá completar 60 anos no dia do seu primeiro teste frente à França num jogo amigável realizado no dia 10 de Outubro, mas ao que parece irá celebrar da bancada... podendo nem celebrar, caso Portugal perca. Também irá ficar de fora do jogo frente à Dinamarca, Arménia e Sérvia (isto caso fique apenas quatro jogos suspenso – se não for reduzida a punição, a lista de jogos fica maior).

Apenas me referi anteriormente a “nos lembramos de que estamos em Portugal” porque a FPF podia ter escolhido um treinador que não tivesse suspenso e estivesse pronto para jogar com a seleção a partir do banco. Isso poderá ser explicado pelo facto da Federação já estar focada no futuro da seleção, porém se for essa a linha de raciocínio, esquecem-se que o futuro próximo de Portugal é o Euro 2016 e a sua qualificação para ele. Oito jogos podem ditar o afastamento de Portugal do próximo Europeu.

Também não nos esqueçamos que são os jogadores que jogam, que defendem e marcam golos, porém o papel do selecionador é fundamental e vai muito além de selecionar, o seu papel como líder é essencial no balneário e no banco da equipa.

Durante os próximos dias ou semanas será conhecida a decisão final do tribunal, porém podemos ficar com a garantia prévia que o novo selecionador irá ficar a ver alguns jogos de Portugal da bancada.