Comentário: Nacional garante Liga Europa e 'afunda' Paços de Ferreira

O sexto triunfo dos insulares na Capital do Móvel, em 12 jogos na I Liga, começou a desenhar-se cedo, aos 30 minutos, por Miguel Rodrigues, de cabeça, após canto da esquerda, mas só ganhou a forma de goleada no segundo tempo.

O ex-pacense Mário Rondon marcou por três vezes, aos 49, 71 e 88, este último para mais tarde recordar, e, de permeio, Claudemir, aos 59, também faturou, na cobrança de uma grande penalidade.

O resultado não merece contestação e podia ter conhecido outros números, embora os erros defensivos dos locais "compensem", de alguma maneira, o desperdício de um Nacional que cedo mostrou que tinha intenção de resolver já hoje a qualificação para as competições europeias.

Com um duplo pivô a meio-campo, Manuel Machado apostava em dois extremos velozes e um avançado mais fixo (Djaniny), à frente de Reginaldo, um jogador igualmente rápido e móvel.

O Paços, que não mostrou argumentos para jogar de igual para igual, ainda conseguiu algumas trocas de bola à entrada da área contrária, mas faltou quem definisse os lances ofensivos e viveu quase exclusivamente de iniciativas individuais.

A pressão acrescida de ter de vencer facilitou a tarefa dos insulares, tranquilos e com mais qualidade individual e coletiva, e Djaniny foi o mais perigoso nos minutos iniciais, secundado por Rondon e Candeias.

Adivinhava-se o golo do Nacional e Miguel Rodrigues, após uma primeira ameaça, marcou mesmo aos 30 minutos, após pontapé de canto, aproveitando um desvio ao primeiro poste.

Este golo abalou os locais e moralizou os jogadores do Nacional, que, até ao intervalo, desperdiçaram oportunidades de golo suficientes para "fechar" o jogo.

A tentativa de mudar o rumo das coisas dos pacenses esbarrou num erro infantil de Ricardo, aos 49 minutos, ao abordar mal um lance que deixou Rondon isolado face a Degra. O venezuelano não desperdiçou.

Muitos dos adeptos pacenses que quase lotaram o estádio começaram a abandonar o recinto e já não viram o nervosismo dos pacenses dar em erros aproveitados pelo Nacional para aumentar a vantagem.

Claudemir, aos 59, minutos aproveitou um mau passe dos locais e acabou derrubado na área, convertendo ele próprio a grande penalidade, Rondon, aos 71, concluiu um contra-ataque iniciado após nova perda de bola dos locais, e fechou a contagem, aos 88, após troca de bola com Diego Barcellos, à entrada da área.

Com tudo a sair mal, os jogadores pacenses ainda foram confrontados no final pela ira dos adeptos, insatisfeitos por mais uma derrota, a terceira consecutiva, que deixa a equipa, pelo menos, no 15.º e penúltimo lugar, com 23 pontos, à mercê nomeadamente do último Olhanense (joga no domingo no reduto do Benfica).

O Nacional, por sua vez, garantiu o quinto lugar, com 44 pontos.