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FIFA: A queda de Blatter e Platini

A queda de Joseph e de Michel Platini, suspensos hoje de todas as atividades ligadas ao futebol por oito anos, é o culminar de uma crise sem precedentes no seio da FIFA, recheada de escândalos de corrupção e vagas de detenções.

FIFA: A queda de Blatter e Platini

27 de maio de 2015: Sete altos dirigentes do futebol internacional são detidos em Zurique, a pedido da Justiça norte-americana. Na operação são implicadas 14 pessoas, entre quais nove membros ou antigos membros da FIFA. A acusação dos Estados Unidos fala em cerca de 150 milhões de dólares (132 milhões de euros) de luvas e comissões, desde os anos 90.

Num processo distinto, aberto contra incertos por suspeitas de "branqueamento de capitais e gestão danosa" em torno da atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar, a justiça suíça fez buscas na sede da FIFA em Zurique.

28 de maio: Michel Platini, presidente da UEFA, pede a Joseph Blatter, presidente da FIFA desde 1998, para não se candidatar a um novo mandato e para abandonar o cargo. O suíço, com 79 anos, recusa.

29 de maio: Blatter é reeleito para um quinto mandato de quatro anos.

02 de junho: Blatter anuncia a sua demissão e apela à eleição de um novo presidente num congresso extraordinário eletivo, previsto para 26 de fevereiro de 2016.

29 de julho: Platini anuncia a sua candidatura à presidência da FIFA.

17 de setembro: Jérôme Valcke é demitido das funções de secretário-geral da FIFA, no mesmo dia em que a imprensa britânica dá nota de suspeitas em relação a este dirigente num caso de revenda de bilhetes no mercado negro. Valcke rejeita as acusações.

25 de setembro: A justiça suíça pretende ouvir Platini no caso de um pagamento de 1,8 milhões de euros recebidos em 2011 por serviços de consultadoria prestados a Blatter em 2002. Blatter é investigado neste caso e ainda no caso de um contrato de direitos de televisão alegadamente desleais (muito abaixo dos preços de mercado) com a FIFA.

08 de outubro: A comissão de Ética da FIFA suspende por 90 dias Blatter, Platini e Valcke. Chung Mong-joon, antigo vice-presidente e outro candidato à presidência, é suspenso por seis anos de todas as atividades ligadas ao futebol. Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), é nomeado presidente interino da FIFA.

9 e 10 de outubro: Blatter e depois Platini recorrem das respetivas suspensões.

19 de outubro: Platini admite numa entrevista ao jornal francês Le Monde que não assinou qualquer contrato formal no caso do pagamento controverso de 1,8 milhões de euros.

20 de outubro: A FIFA anuncia que a candidatura de Platini à presidência é congelada enquanto este se mantiver suspenso.

18 de novembro: Os recursos interpostos por Platini e Blatter são rejeitados pela FIFA.

20 de novembro: Platini recorre ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) no processo da sua suspensão.

24 de novembro: O departamento de investigação da FIFA pede a irradiação vitalícia de Platini, de acordo com os seus advogados, que denunciam à AFP um "escândalo puro".

03 de dezembro: dois dos vice-presidentes da FIFA são presos em Zurique, a pedido da justiça norte-americana: o paraguaio Juan Angel Napout e o hondurenho Alfredo Hawit Banegas. No mesmo dia, a procuradora-geral norte-americana, Loreta Lynch, anuncia um total de 16 novos culpados nas investigações em torno do futebol, todos latino-americanos, e qualifica como "inconcebível" a amplitude da corrupção presumida.

06 de dezembro: A televisão francesa revela a existência de uma nota da UEFA datada de 1998, na qual Michel Platini é qualificado como futuro "empregado da FIFA". A defesa de Platini alega que a nota interna é prova "escrita de um contrato oral".

11 de dezembro: O TAS mantém a suspensão de Platini. No mesmo dia, o jornal L’Équipe publica uma entrevista com o porta-voz do departamento de investigação da FIFA, que afirma que Platini e Blatter serão "certamente suspensos por vários anos".

15 de dezembro: Blatter reage a esta entrevista para denunciar "um processo que [lhe] lembra a Inquisição".

16 de dezembro: Platini decide não comparecer presencialmente à sua audição, prevista para 18 de dezembro, perante a justiça interna da FIFA, pretendendo com a decisão traduzir a sua "mais profunda indignação face a um processo" que visa impedi-lo de se "apresentar à presidência da FIFA", de acordo com um comunicado transmitido à AFP.

17 de dezembro: Blatter é ouvido pelos investigadores da FIFA durante oito horas. "O presidente Blatter espera uma decisão que lhe seja favorável. Foi feita a prova de que o presidente Blatter se comportou como devia e não violou o código de ética da FIFA", indicam os seus advogados.

18 de dezembro: O advogado de Platini, Thibaud d'Alès, é ouvido durante nove horas pela justiça interna da FIFA. No início da audição, o advogado lê uma declaração do francês em que este se diz "já julgado e já condenado".

21 de dezembro: Blatter e Platini são suspensos pela justiça interna da FIFA por oito anos de todas as atividades ligadas ao futebol.

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