O ministro dos Desportos da Rússia, Vitali Mutko, considerou hoje que nem o suíço Joseph Blatter nem o francês Michel Platini, respetivamente presidente demissionário da FIFA e presidente suspenso da UEFA, mereciam oito oito anos de suspensão.
"A única coisa que posso dizer é que lamento este desenlace, uma vez que considero que, do meu ponto de vista, nem Platini nem Blatter o merecem", afirmou Vitali Mutko aos órgãos de comunicação social russos.
O governante recordou que o suíço "deu 40 anos da sua vida à FIFA e elevou a instituição ao mais alto nível", enquanto o francês também "fez muito pelo futebol e foi um extraordinário futebolista".
Mutko sublinhou que ambos os dirigentes ainda podem recorrer para o Comité de Recurso da FIFA da decisão hoje proferida pelo Comité de Ética do organismo.
Ao mesmo tempo, defendeu a convocação de um congresso extraordinário que possa adotar uma reforma profunda no funcionamento do organismo máximo do futebol mundial.
Quanto às próximas eleições da FIFA, o governante russo garantiu que a Rússia vai apoiar a candidatura do secretário-geral da UEFA, o suíço Gianni Infantino.
Na semana passada, o presidente russo, Vladímir Putin, propôs que fosse concedido o Nobel da Paz a Joseph Blatter.
"É uma pessoa respeitável, que fez muito pelo desenvolvimento do futebol mundial. A sua contribuição no plano humanitário foi colossal. Deve ser-lhe concedido o Prémio Nobel", afirmou o chefe de Estado russo.
Putin sustentou ainda que Blatter, com quem mantém uma relação estreita desde que a Rússia foi eleita sede do Mundial2018, "tentou sempre utilizar o futebol não apenas como desporto, mas também como elemento de cooperação entre países e povos"
"Se há elementos de corrupção na FIFA, isso deve ser demonstrado nas investigações. Mas até agora não há ainda conclusões desses processos. Uns consideram-no culpado e outros desdizem os primeiros”, disse ainda.
Putin denunciou ainda a existência de “intrigas” no seio do futebol e defendeu, em clara alusão aos Estados Unidos, que nenhum país pode estender a sua jurisdição a outros países, e “mais ainda no caso de organismos internacionais”.