FC Porto-Chelsea: Segurança normal para regresso de Mourinho

Na altura, José Mourinho terá alegadamente sido ameaçado por elementos de uma claque ligada aos ''dragões'', que não conseguiram esquecer e perceber a saída do treinador para o Chelsea, clube no qual se sagrou campeão nas duas últimas temporadas.

A vincada personalidade do treinador e os amores e ódios que provoca amiúde nos seus seguidores traduziram-se num regresso à cidade Invicta muito conturbado.

Além de cinco seguranças privados, Mourinho chegou ao Aeroporto Sá Carneiro, a 07 de Dezembro de 2004 - poucos meses depois de ter saído em glória -, rodeado por um extraordinário e inusitado cordão policial com mais de 50 elementos e com a presença da força de intervenção, quando eram apenas ''meia dúzia'' de adeptos a esperá-lo.

Desta vez, porém, e já esquecida a ''traição'', como muito apelidaram a saída de Mourinho do FC Porto, as medidas de segurança serão as normais, conforme explicou a sub-comissária da PSP do Porto, Amélia Moutinho, Relações Públicas da instituição, em declarações à Agência Lusa.

''Queremos que tudo corra pela normalidade. No aeroporto, as medidas serão as normais e iguais àquelas que tomamos quando chega uma equipa de futebol a Portugal. Para o estádio estão previstos cerca de 500 efectivos, 300 dos quais para o policiamento exterior. Para o acompanhamento aos adeptos do Chelsea (2.000), todos serão monitorizados por nós e pela polícia inglesa, que já está no nosso país'', explicou a sub-comissária.

Na terceira época ao serviço dos ''blues'' de Londres, Mourinho tem impressionado a Europa do futebol pelos seus extraordinários desempenhos e, igualmente, por uma imagem vincada e nem sempre compreendida, que provoca ''ódios'' a todos os seus adversários.

Depois de ter ganho dois campeonatos (o último e único título inglês do Chelsea datava já de 1954/55), uma Taça da Liga e a Community Shield, o treinador procura esta temporada o auge da sua carreira em Inglaterra com o triunfo na Liga dos Campeões, troféu nunca conquistado pela turma de Stamford Bridge.

O Chelsea foi eliminado, sob o comando de Mourinho, pelo Barcelona nos oitavos-de-final da época passada e caiu nas ''meias'' com o Liverpool em 2004/05.

Também em 2004 - quando o FC Porto precisava de vencer para chegar aos ''oitavos'' e o Chelsea (que nem treinou) já era garantidamente o primeiro do grupo H -, a segurança foi matéria de grande frenesim e até no Hotel Solverde, em Espinho, o reforço policial era por demais evidente.

Agora, com o ''quartel-general'' montado no Sheraton, bem próximo da Avenida da Boavista, no Porto, nada está planeado e o Chelsea é, apenas, um clube inglês que vem à Invicta para um jogo da Liga dos Campeões: ''Serão as medidas de segurança normais'', disse fonte da unidade hoteleira à Agência Lusa.

O ex-treinador portista (vencedor, pelos ''dragões'', de vários títulos nacionais, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões e uma Supertaça Europeia), assumiu já estar preparado para regressar ao Dragão, desconhecendo-se, ainda, se vai comparecer na sala de imprensa na véspera (em 2004 delegou ao adjunto Steve Clark).

''Fui uma estrela quando estive no Porto, agora espero aplausos daqueles que não esqueceram o meu trabalho, talvez mesmo uma ovação, e assobios e talvez insultos, daqueles que porventura já não se recordam dos meus dois anos no clube'', disse recentemente Mourinho.

Em 2004, mais do que assobios, Mourinho sentiu o calor humano do Dragão.

LUSA