As individualidades ofensivas do Benfica 'carimbaram' hoje o apuramento para a final da Taça de Portugal de futebol e anularam os muitos erros cometidos pelo coletivo 'encarnado' diante do Estoril-Praia (3-3), na segunda mão das 'meias'.
Depois da vantagem obtida no primeiro jogo (2-1), o conjunto da Luz sofreu sem aparente necessidade, encaixando golos de Bruno Gomes (31 e 78 minutos) e Carlinhos (46), que poderiam ter sido 'fatais' para as aspirações das 'águias', não fossem individualidades como Carrillo (33), Zivkovic (54) e Jonas (72) a garantir a presença no Jamor.
Desta forma, o Benfica assegurou a sua 36.ª presença na final da prova 'rainha', na qual vai defrontar o Vitória de Guimarães, numa reedição da decisão de 2012/13, que terminou com o triunfo dos vitorianos, então comandados por Rui Vitória.
O agora técnico benfiquista apresentou uma formação repleta de alterações, sendo que apenas Lindelof, Samaris e Rafa repetiram a titularidade diante do FC Porto e, entre as muitas mudanças operadas, o destaque foi inteiro para o regresso do lateral-esquerdo Grimaldo, que não jogava há cinco meses, num 'onze' que não contemplou qualquer ponta de lança de raiz, na tentativa de beneficiar da velocidade e mobilidade de Carrillo, Rafa, Cervi e Zivkovic.
Luís Ribeiro, que rendeu o guarda-redes Moreira nos estorilistas, teve de se aplicar nos instantes iniciais para deter um remate de Cervi e seria ainda mais decisivo, à passagem do quarto de hora, fechando as 'portas' a Rafa, que tinha tudo para inaugurar o marcador, depois de deixar João Afonso e Dankler para trás.
A dinâmica imprimida pelo quarteto ofensivo do Benfica criava alguns embaraços ao Estoril e, pouco depois, os 'encarnados' só não fizeram o primeiro, porque Ailton efetuou um corte providencial e anulou as intenções de Cervi.
Mesmo assim, as 'águias' demonstravam alguma passividade no meio-campo, com Samaris a falhar muitas vezes os tempos de entrada e a desproteger o corredor central, e foram mesmo 'castigadas' por isso, quando, à meia hora, Bruno Gomes não enjeitou o espaço à entrada da área e abriu o marcador, desferindo um pontapé indefensável para Júlio César.
Contudo, nem três minutos volvidos, o conjunto da Luz conseguiu chegar à igualdade, por intermédio de Carrilo, mas com claras responsabilidades para o guarda-redes Luís Ribeiro, que tentou socar a bola na sequência de um canto, mas deixou-se à mercê do peruano.
A resposta do Estoril surgiu antes do intervalo, mas desta feita o livre cobrado exemplarmente por Eduardo esbarrou na agilidade de Júlio César, que, logo no reatamento, sofreu um daqueles golos que são inadmissíveis para qualquer equipa, ainda que o brasileiro não esteja isento de culpas: na bola de saída, André Almeida fez um passe sem nexo para o meio e Carlinhos, lançado ao intervalo, só precisou de 10 segundos para fazer o segundo dos 'canarinhos'.
Anulada a vantagem na eliminatória, o Benfica foi em busca de novo empate, mas, ao contrário do que tinha sucedido no primeiro tempo, Luís Ribeiro segurou a vantagem dos visitantes em duas ocasiões, impedindo os remates certeiros de Zivkovic, primeiro, e Cervi, depois.
No entanto, as individualidades do Benfica continuam a suprir as falhas do coletivo e o extremo sérvio (melhor elemento em campo) anotou um golo de 'bandeira', num remate em arco, e mostrou as vantagens que as 'águias' podem retirar se ele jogar na direita.
A reviravolta esteve no pé direito de Carrillo, mas a barra evitou mais um golo de belo efeito, da mesma forma que Júlio César foi 'imperial' a negar o tento a Carlinhos e a recarga de Bruno Gomes, no mesmo lance.
Perante a ameaça de uma eliminação, dada a exibição personalizada e destemida dos estorilistas, Rui Vitória socorreu-se de Pizzi e Jonas, e seria precisamente o avançado a colocar o Benfica em vantagem pela primeira vez, concluindo uma combinação entre Zivkovic e Cervi.
Numa altura em que a defensiva 'encarnada' dava mostras de total inoperância, talvez devido à presença, em simultâneo, de três elementos que têm tido poucos minutos de jogo (André Almeida, Lisandro López e Grimaldo), o Estoril voltaria a entrar na discussão, a 12 minutos do fim, graças ao 'bis' de Bruno Gomes, que aproveitou as muitas facilidades.
Com o passar dos minutos, a tensão ia apoderando-se dos adeptos do Benfica, mas também de alguns jogadores, enquanto Pedro Emanuel tentava capitalizar a superioridade com a entrada de Kléber, que só não fez o golo decisivo para os 'canarinhos', a dois minutos do final, porque Grimaldo surgiu a impedir o cabeceamento certeiro.
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