Crónica: Moreirense consegue reviravolta e afasta Braga do quarto lugar

Ricardo Horta marcou um golo contra a corrente do jogo aos 36 minutos, mas Nildo, com um tento aos 76 minutos, e Alan Schons com o 2-1 mesmo no ao cair do pano, aos 90, deram três preciosos pontos ao Moreirense na luta pela manutenção e sentenciaram definitivamente o acesso do Sporting de Braga ao quarto lugar, do rival Vitória de Guimarães.

A vitória ‘cónega', que elevou para quatro o número de jogos do Braga sem ganhar, também carimbou a descida do Nacional ao segundo escalão e os vimaranenses podem ainda esta jornada garantir a manutenção caso o Tondela perca no domingo na receção ao Vitória de Setúbal.

Sem Dramé, que era baixa de vulto por castigo, e sem Roberto nem Ramirez, lesionados, o Moreirense estava desfalcado na frente e isso refletiu-se no arranque da partida. Já o Sporting de Braga contava quatro baixas: Mauro, Assis, Wilson Eduardo e Hassan.

Na bancada uma faixa colocada junto à claque do Moreirense com a inscrição "29.01.2017" não deixava o Sporting de Braga esquecer que a última vez que estas equipas se encontraram foi no Algarve, quando o clube de Guimarães derrotou o vizinho com um 1-0, resultado magro mas que bastou aos ‘cónegos' para vencer de forma surpreendente e histórica a Taça da Liga.

O Sporting de Braga começou por assumir as despesas do jogo e ameaçou a baliza dos locais com mais afinco nos primeiros minutos com Pedro Santos a rematar forte mas por cima aos dois minutos e Goiano a tirar para ‘encaixe' perfeito de Makaridze, aos quatro.

O Moreirense limitava-se a responder através de lances de bola parada. Nildo atirou ao lado, na sequência de um livre (12 minutos) e Cauê, após cantos, mandou a bola por cima (18).

E começaram as contrariedades que podiam ter comprometido, e até chegaram a causar mossa, o jogo ao Sporting de Braga: Vukcevic saiu lesionado aos 19 minutos e Rosic foi expulso por ver o segundo cartão amarelo ao travar Nildo aos 24, apenas três minutos depois de ter sido admoestado pela primeira vez.

Abel Ferreira, treinador que recentemente foi promovido da equipa B à A no Sporting de Braga, substituindo Jorge Simão, fez entrar Artur Jorge para compensar a zona defensiva após a expulsão do sérvio, mas a equipa vimaranense despertou e passou a rondar a área dos bracarenses com maior assertividade.

Aos 26 minutos, Nildo rematou forte pondo à prova Marafona que no minuto seguinte teve nova defesa apertada a remate de Neto.

Mas o Sporting de Braga teve mais sorte do que engenho e, mesmo recuado no terreno, conseguiu inaugurar o marcador graças a um golo de Ricardo Horta, feito após cruzamento de Goiano e de Rui Fonte não ter dado bom seguimento à jogada (36 minutos).

O Moreirense reagiu bem. Alex rematou para defesa de Marafona, aos 39 minutos, e Petit adaptou o esquema de jogo trocando Bouba Saré, um médio defensivo, por Sougou que passou a encabeçar a frente de ataque.

Alex voltou a tentar mesmo em cima do intervalo, aos 45, mas Marafona voltou a segurar a bola e na segunda parte, aos 58, Nildo bateu com força um livre que saiu ao lado.

O Sporting de Braga, em inferioridade numérica e com vantagem no marcador, não arriscava muito. O único remate dos bracarenses na etapa complementar só surgiu aos 63 minutos, quando Pedro Santos atirou ao lado.

Já o Moreirense apostava tudo no ataque ainda que nem sempre com técnica e evidenciando algum desespero como aos 64 minutos quando Neto rematou, após cruzamento de Frederic, para Marafona agarrar sem dificuldades.

Mas Petit - ao fazer entrar Alan Schons, sacrificando um defesa central, Diego Ivo - imprimiu mais intensidade no meio-campo e a equipa visitante viu-se completamente empurrada e remetida à defesa, pelo que a reviravolta, que fez o estádio explodir, surpreendeu mas justifica-se.

Aos 76 minutos, Nildo, que se estreou a marcar no clube, fez o 1-1 num lance que começou num canto apontado por Frederic Maciel. E coube exatamente a Alan Schons fazer o 2-1 aos 90 minutos com um golo que começa no peito de Boateng.