Crónica: Campeões europeus voltam às vitórias no teste com Chipre

No segundo encontro da seleção no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, Portugal construiu o triunfo com uma exibição sóbria e tranquila, apoiada nos golos de João Moutinho (3 e 42), Pizzi (63) e André Silva (70), regressando desta forma às vitórias, depois da derrota (2-3) no particular realizado em março com a Suécia.

Com oito campeões europeus de início, mas sem o capitão Cristiano Ronaldo, que hoje joga em Cardiff a possibilidade de conquistar a sua quarta Liga dos Campeões da carreira, a equipa liderada pelo selecionador Fernando Santos entrou praticamente a ganhar. Ao primeiro remate, o primeiro golo, fruto de um livre exímio de João Moutinho logo aos três minutos.

A vantagem alcançada logo na abertura da partida, aliada ao caráter particular deste jogo e à fase final de uma longa e desgastante temporada, acabaram por ditar um ritmo baixo para a primeira parte. Apesar da dinâmica que João Moutinho e Bernardo Silva tentavam impor, faltava mais intensidade para desequilibrar a frágil organização do Chipre.

Todavia, mesmo sem forçar o ritmo, os campeões europeus ainda desperdiçaram várias oportunidades antes de dilatar os números da vitória. José Fonte, Bernardo Silva e Nani estiveram todos perto de marcar, mas deixaram essa tarefa para o improvável goleador da tarde: João Moutinho, que assinou o primeiro ‘bis’ em 97 jogos por Portugal.

Aos 42 minutos, para aqueles que não tinham chegado ao estádio a tempo de ver o golo inaugural, João Moutinho ofereceu a repetição, com novo livre perfeito a consumar o 2-0, num remate a 25 metros da baliza de Giorgallidis, depois de mais uma falta cometida sobre João Mário. E, assim, Portugal foi tranquilamente para o intervalo com dois golos de vantagem.

O segundo tempo trouxe consigo as habituais substituições nestes jogos, entrando quatro jogadores de uma assentada: William Carvalho, Adrien Silva, André Gomes e Gelson Martins formaram um novo meio-campo nos lugares de Danilo, João Moutinho, João Mário e Bernardo Silva.

Curiosamente, foi com este ‘lado B’ que Portugal se exibiu a melhor nível, muito por culpa da velocidade e criatividade de Gelson Martins, bem como à maior presença de Adrien. Uma vez que o Chipre, comandado por Christakis Christoforou, não conseguia ser uma oposição forte, a equipa das quinas aproveitou para transformar a vitória em goleada.

Pizzi e Nélson Semedo entraram pouco depois, acentuando a dinâmica portuguesa. O médio do Benfica levou apenas três minutos a fazer o terceiro golo, ao desviar aos 63 minutos na pequena área um cruzamento de André Silva. Sete minutos volvidos, foi a vez do avançado do FC Porto assinar de cabeça o 4-0 e o seu sexto golo em sete jogos pela seleção.

Até ao apito final, a seleção campeã europeia assumiu o seu estatuto com naturalidade e absoluta superioridade, estando inclusivamente perto de aumentar ainda mais os números do triunfo. Todavia, o 4-0 já não se alterou e Portugal segue agora para Letónia com o moral em alta e a missão de seguir na luta pelo apuramento direto para o Mundial 2018. Depois, será a vez da estreia na Taça das Confederações.