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Conselho da Europa instiga FIFA a investigar reeleição de Blatter

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa aconselhou hoje a FIFA a investigar a reeleição do presidente Joseph Blatter e a publicar documentos relativos a escândalo de pagamentos de ‘propinas’.

Conselho da Europa instiga FIFA a investigar reeleição de Blatter

Em relatório, o grupo de parlamentares diz que a FIFA deve averiguar até que ponto Blatter se aproveitou da sua posição de presidente para tirar benefícios na reeleição, em junho de 2011.

“A FIFA deve investigar se os candidatos na recente eleição para a presidência – e particularmente o que foi bem-sucedido (Blatter) – exploraram a sua posição institucional para retirar vantagens ilícitas para si próprios ou potenciais votantes”, referem os parlamentares.

Joseph Blatter foi reeleito sem oposição quando o rival Mohamed Bin Hamman, do Qatar, desistiu depois de ter sido acusado de subornar votantes.

O antigo presidente da associação asiática de futebol acusou o seu opositor de ter orquestrado o escândalo de subornos: no próximo mês vai desafiar a exclusão permanente decretada pela FIFA, num recurso ao Tribunal Arbitral do Desporto.

O Conselho da Europa tenta aumentar a pressão sobre a FIFA no sentido de revelar os detalhes de um escândalo que envolve a sua antiga agência de marketing, que faliu em 2001.

A FIFA deveria “publicar na íntegra todos os documentos judiciais e outros” que possui sobre o caso ISL, no qual altos funcionários do futebol se apropriaram alegadamente de milhões de dólares em comissões nos negócios de transmissão dos Campeonatos do Mundo.

Em 2001, Blatter prometeu publicar um dossier do tribunal como parte de um amplo programa de reformas na FIFA, documento que identificaria os funcionários que receberam pagamentos ilícitos na década de 1990, mas que pagaram à FIFA e ao tribunal no sentido da sua identidade permanecer no anonimato.

A BBC revelou que os brasileiros João Havelange, antigo presidente da FIFA, e Ricardo Teixeira, do Comité Executivo e membro que liderou a candidatura “canarinha” que venceu o Mundial2014, estão referenciados nos documentos em tribunal.

No entanto, pelo menos um dos elementos apelou ao Supremo Tribunal da Suíça para impedir a publicação.

O Conselho da Europa quer que a FIFA dê maiores poderes de investigação ao seu comité de ética, algo que Blatter já prometeu fazer.

“A FIFA deve lançar luz plena sobre os factos subjacentes aos vários escândalos que nos últimos anos têm manchado a sua imagem e a do futebol internacional”, refere o relatório.

O documento fala do caso Bin Hamman e do escândalo de jogos combinados em Itália, o “calciopoli” – árbitros eram escolhidos para favorecer alguns clubes –, como exemplos de que as lutas pelo poder e interesses económicos “comprometem seriamente” a ética no desporto.

“Além disso, os escândalos tornados públicos são apenas a ponta do icebergue: os especialistas estão plenamente conscientes de que a parte oculta, desconhecida do público, é ainda maior e de dimensão mais preocupante”, sublinham os parlamentares.

O painel do Conselho da Europa consultou funcionários da FIFA antes de redigir o relatório de 20 páginas, no qual também propôs orientações sobre boa governação e liderança ética em todo o desporto.

Limitar a oito anos os mandatos dos dirigentes desportivos, exigindo a publicação dos seus salários e prémios, e convidar antigos atletas “de reconhecida integridade” para dirigir as diversas federações são algumas das propostas.

O relatório vai ser debatido a 25 de abril quando os parlamentares do Conselho da Europa se reunirem em Estrasburgo, França.

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